DOR E SOFRIMENTO

Coronavírus: familiares não podem dar 'último adeus' a parentes mortos

Para todas as famílias, é muito difícil descrever o sentimento de perder um parente para o coronavírus e não poder se despedir direito dele

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FOTO: Sem Crédito

O muro do Cemitério Parque das Flores, localizado no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife, lembra que o “O medo é ilusório”. Na verdade, esse sentimento está presente em todos os lugares nos dias atuais, por causa da pandemia do coronavírus, que se espalhou pelo mundo, infectando e levando muitas pessoas à morte.

O medo de contaminação pelo novo coronavírus mudou a rotina do cemitério. Mais enterros acontecem, com menos parentes. Durante os sepultamentos, são permitidos, no máximo, 10 familiares, em uma despedida rápida e simples.

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A reportagem da TV Jornal passou menos de uma hora no cemitério, e viu, nesse curto período de tempo, diversas famílias enterrando seus entes queridos. Um adeus à distância e, por isso mesmo, ainda mais doloroso.

Abertura de covas

Enquanto os enterros acontecem, máquinas abrem mais covas, quase ao lado. O crescente número de óbitos pela covid-19 se reflete no intenso movimento de carros de funerárias.

Sofrimento na despedida

Para os familiares das vítimas é muito difícil descrever o sentimento de perder um parente para a covid-19 e não poder se despedir direito dele. Se essa dor já é grande com a perde de um ente querido, para a comerciante Maria Cristina da Silva, foi ainda maior. Ela perdeu dois familiares para a doença, em apenas três dias.

Na última segunda-feira (20), Maria Cristina foi até o cemitério enterrar o tio. Já nessa terça (22), voltou ao local para se despedir da tia. Ela lamentou não poder se despedir deles de forma digna e disse que a maior dor foi não poder vê-los pela última vez, já que o caixão tem de se manter vedado.