Uma mulher transexual foi assassinada em Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. De acordo com informações da Polícia Militar, a vítima, identificada como Kelly Alves foi assassinada com vários disparos de arma de fogo, todos na cabeça dela, na comunidade Entra Apulso.
Segundo a PM, ela não teve chances de defesa. A Polícia Civil de Pernambuco investiga o caso e, até agora, não tem informações quanto à autoria e motivação do crime.
Confira a reportagem:
Outros assassinatos de mulheres transexuais
Kalyndra Selva
Em 18 de junho, o corpo de Kalyndra Selva Guedes Nogueira da Hora, de apenas 26 anos, foi encontrado dentro da casa onde ela morada, na rua Rio Colorado, no Ipsep, zona sul do Recife.
De acordo com a polícia, o corpo tinha sinais de asfixia e, provavelmente, foi encontrado dias após o crime. O principal suspeito do assassinato é o companheiro da mulher.
Roberta Silva
Na madrugada de 23 para 24 de junho, enquanto muitas famílias comemoravam o São João, o corpo da mulher trans, Roberta Silva, então com 32 anos, queimava. Vivendo nas ruas, ela foi atacada no Cais de Santa Rita, exatamente na região onde morava.
Antes de ser intubada, Roberta conversou com a co-deputada estadual Robeyoncé Lima (Psol/Juntas), no Hospital da Restauração, e disse que o crime foi motivado por discriminação.
Um adolescente, de 17 anos, foi apreendido e cumpre medida socioeducativa. Roberta completou 33 anos de idade, enquanto estava internada na unidade de saúde, onde morreu.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), lamentou a morte de Roberta Silva e prometeu dar o nome da vítima a uma casa de acolhimento à população LGBTQIA+ que promete criar.
Crismilly Pérola
No dia 5 de julho, o corpo da cabeleireira Crismilly Pérola Bombom, de 37 anos de idade, foi encontrado com um tiro, na rua das Orquídeas, na Várzea, Zona Oeste do Recife.
A família acredita que a cabeleireira foi vítima de transfobia. Um mês antes de morrer, ela já havia sido vítima de um ataque transfóbico. Ninguém foi preso.
Fabiana da Silva
Em 7 de julho, Fabiana da Silva Lucas, de 30 anos de idade, foi morta com várias facadas, às margens da PE-160, em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco.
Antes de morrer, Fabiana havia perguntado onde era o banheiro, e foi surpreendida pelo criminoso, quando se aproximava do lugar indicado.
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Um homem, de 22 anos de idade, identificado apenas como "Gaúcho", foi espancado por moradores da região e internado no Hospital da Restauração, no Recife. Testemunhas descreveram Fabiana como uma mulher "tranquila" e que não se envolvia em confusões.
Lorrane Souza
Em agosto, uma mulher trans identificada como Lorrane Souza foi morta com golpes de facão, no município de Petrolina, Sertão de Pernambuco.
A vítima ainda chegou a ser socorrida para o Hospital Universitário da cidade, mas não resistiu aos ferimentos. O suspeito que golpeou a vítima com um facão foi preso, horas depois de cometer o crime.
Violência contra população LGBTQIA+ no Brasil
Há 12 anos, consecutivamente, o Brasil aparece no topo da lista dos países onde mais pessoas transexuais são mortas.
No ano passado, 237 LGBTQIA+ morreram no Brasil, de acordo com dados do Observatório de Mortes Violentas de LGBTQIA+ no Brasil, produzido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).
Deste total, 70% eram travestis ou mulheres transexuais. Ainda segundo o levantamento do GGB, do total de mortes, 94,5% foram assassinatos.
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