Pandemia

Procon interdita famosa boate no Centro do Recife e mais dois bares por desrespeito aos protocolos contra a covid-19 nessa terça

Entre os estabelecimentos interditados, está o Clube Metrópole, na Rua das Ninfas

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 17/03/2021 às 7:49 | Atualizado em 22/11/2022 às 12:34
Divulgação/ Procon-PE
FOTO: Divulgação/ Procon-PE

Na noite da terça-feira (16), o Procon de Pernambuco interditou a Clube Metrópole, tradicional casa de shows localizada bem no centro do Recife. Outros dois bares também foram autuados.

Na Rua das Ninfas, no bairro da Soledade, os agentes de fiscalização encontraram o Metrópole funcionando após às 20h e com atendimento presencial.

Em um vídeo divulgado pelo Procon, é possível identificar que o local não estava superlotado.

Poucos clientes estavam no local, mas, de acordo com o decreto estadual, não pode haver atendimento presencial após o horário definido.

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O clube é bastante frequentado por pessoas de várias idades e pela comunidade LGBTQIA+.

Apesar dos altos números de casos da covid-19 em Pernambuco e dos decretos governamentais que estabelecem regras de funcionamento a serviços não essenciais, empresas seguem desrespeitando os protocolos.

Outros bares interditados

Na mesma noite de terça-feira, o Procon também interditou os bares “Cabaret Bar e Comedoria” e o “Lisbela e o Prisioneiro”, que também ficam no centro do Recife.

No Cabaret, localizado no Pátio de Santa Cruz, os fiscais encontraram muitas pessoas do lado de fora. A equipe também precisou dispersar ambulantes que estavam na região.

Os três estabelecimentos serão multados. O valor da multa ainda não foi estabelecido e os estabelecimentos vão poder apresentar defesa junto ao Procon.

Na rua Sete de Setembro, outros ambulantes também foram orientados a encerrar as atividades.

Além do Procon, participaram da investigação, equipes da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

Desde o dia 3 deste mês, 27 estabelecimentos já foram autuados e 20 interditados.

Respostas

O clube Metrópole negou que estivesse infringindo o decreto. Confira a nota na íntegra:

"O Grupo Metrópole vem por meio desta SALIENTAR E REPUDIAR a forma equivocada com a qual o Procon/PE interditou o Delivery da Metrópole, na terça-feira, 16 de março".

"Da mesma forma, consideramos importante que alguns pontos sejam devidamente elucidados".

O clube afirmou que desde o dia 04 de março está com as atividades presenciais suspensas.

"Todas nossas atividades de bar estão devidamente suspensas, em virtude do decreto estadual que restringe o horário de funcionamento destes estabelecimentos, o qual inviabilizou nossa continuidade".

"Também conforme o último decreto, é PERMITIDO o funcionamento para delivery e entrega em formato 'Pegue e Leve'".

"Ocorre que, durante a fiscalização ocorrida ontem (16) pelo Procon/PE, um cliente que havia agendado retirada de produtos se encontrava no local".

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"De forma RÍSPIDA E ABUSIVA, como tem sido comum acontecer, os referidos fiscais nos impediram de explicar o ocorrido e, de forma truculenta, realizaram a interdição".

"A Metrópole tem sido alvo de REPETIDAS fiscalizações nos últimos meses, tendo sido 'visitada' mais de 15 VEZES no último mês fevereiro, superando a olhos vistos a média da grande maioria dos estabelecimentos".

"Há mais de um ano, nossas principais atividades estão suspensas. Nesse período, TODOS OS BOLETOS relativos a pagamento de impostos chegaram normalmente".

"Como tantos outros negócios do setor, temos buscado diversas formas de continuar resistindo e nunca nos abstemos de cumprir com nossos deveres".

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"Conosco, resistem também colaboradores e suas famílias. Assim seguiremos, junto a vocês, nosso público, a quem agradecemos cada gesto de apoio".

"Esperamos ansiosamente que o Governo do Estado CUMPRA COM SEU PAPEL de auxiliar os setores mais atingidos pela pandemia como diz fazer. Com respeito, correção e zelo, não da forma que presenciamos ontem".

Ao JC, o bar Lisbela e o Prisioneiro explicou que três clientes estavam no estabelecimento 50 minutos após o permitido e que não havia outra irregularidade.