Violência contra a mulher

Mirella Sena: um ano de saudade e luta pelo fim do feminicídio

TV Jornal
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Publicado em 05/04/2018 às 9:30

-Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

As notas do violão que pertencia à filha acalentam a dor da ausência. No dedilhar das cordas, Wilson Pacheco faz com que a memória da filha, Tássia Mirella Sena de Araújo, de 28 anos, esteja sempre presente. Nesta quinta-feira (5), quando se completa um ano do assassinato da fisioterapeuta no flat onde ela morava em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, os pais de Mirella estão fortes.

A morte da filha, vítima de feminicídio, impulsionou o casal a lutar pelo fim da violência contra as mulheres e motivou o Estado a promulgar uma lei que torna a data de 5 de Abril o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. "Essa luta vai ser uma luta constante. Não podemos desistir. Temos que seguir em frente", disse a mãe de Mirella, Suely Araújo, em entrevista à repórter do Jornal do Commercio, Ciara Carvalho.

-Reprodução/TV Jornal

Ao longo deste ano, os pais da jovem tiveram que conviver com a dor, e acompanharam as investigações do crime. O acusado de estuprar e matar a jovem, o ex-vizinho e empresário Edvan Luiz da Silva, está preso. "Eu ia perguntar a ele o porquê de uma maldade dessas", respondeu Suely, quando questionada sobre o que ela tem vontade de perguntar ao acusado de matar sua filha. "Ela terminou sendo vítima daquilo que ela mais odiava", comenta Wilson, em referência à violência sofrida por Mirella.

Nesta quinta, os pais da jovem participam de uma audiência pública sobre violência contra a mulher, às 14h, na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O Estado registrou 33.344 casos de violência doméstica, em 2017. Destes casos, 76 foram registrados como feminicídio.

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