óleo nas praias do Nordeste

Óleo no Nordeste: o que se sabe até agora sobre as manchas

Desde o mês de agosto, as praias do Nordeste estão sofrendo com o aparecimento de manchas de óleo

Giovanna Torreão
Giovanna Torreão
Publicado em 23/10/2019 às 13:00
Bruno Campos/JC Imagem
FOTO: Bruno Campos/JC Imagem

As praias do Nordeste estão sofrendo com o aparecimento de manchas de óleo desde o mês de agosto. As manchas estão avançando e, até essa terça-feira (22), 900 toneladas de óleo já haviam sido recolhidas das praias com ajuda de muitos voluntários. Nesta quarta-feira (23), a praia do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, amanheceu com óleo e se somou às outras oito cidades de Pernambuco afetadas pelas manchas de óleo.

Confira as respostas para as principais perguntas sobre as manchas de óleo no Nordeste:

1. Onde e quando o problema surgiu?

As primeiras manchas de óleo no Nordeste apareceram no final do mês de agosto, nas praias de Tambaba e Gramame, no município de Conde, e na Praia Bela, em Pitimbu, na Paraíba. Em setembro, manchas foram localizadas nas cidades de Ipojuca e Olinda, em Pernambuco.

Em Pernambuco, o retorno das manchas ocorreu na tarde do dia 17 na Praia de São José da Coroa Grande.

2. Quantos estados foram atingidos?

O óleo já foi registrado em mais de 70 cidades dos nove estados nordestinos nas últimas semanas e se espalham por mais de dois mil quilômetros do litoral do Nordeste.

Nesta terça-feira (22), em portaria publicada no Diário Oficial da União, a situação de emergência no município de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul de Pernambuco, foi reconhecida pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves.

Felipe Ribeiro/JC Imagem
Voluntários limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Voluntários limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Exército, Marinha e voluntários, limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Exército, Marinha e voluntários, limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Exército, Marinha e voluntários, limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Exército, Marinha e voluntários, limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Exército, Marinha e voluntários, limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem
Felipe Ribeiro/JC Imagem
Exército, Marinha e voluntários, limpam a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho - FOTO:Felipe Ribeiro/JC Imagem

Por aqui, segundo balanço divulgado na noite desta terça-feira (22), já foram recolhidas 489 toneladas de resíduos de petróleo. A maior concentração das manchas está sendo registrada, atualmente, na praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho.

3. Quem está investigando?

Na última sexta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) dos nove estados do Nordeste moveu uma ação conjunta pedindo que a Justiça Federal obrigue a União a acionar em 24 horas o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo, com multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento da ordem.

A Marinha do Brasil, o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Petrobras, a Polícia Federal do Rio Grande do Norte e universidades federais, inclusive a UFPE, investigam as manchas de óleo nas praias do Nordeste.

Bruno Campos/JC Imagem
Voluntários retiram manchas de óleo do litoral pernambucano - FOTO:Bruno Campos/JC Imagem
Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Grupo trabalha para retirar o óleo na foz do Rio Persinunga, na divisa entre Pernambuco e Alagoas - FOTO:Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Depois de chegar em Alagoas, manchas de óleo seguiram para São José da Coroa Grande (PE) - FOTO:Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Bruno Campos
Manchas de óleo invadem Praia dos Carneiros, em Tamandaré - FOTO:Bruno Campos
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Manchas de óleo chegam a uma das principais praias do litoral nordestino, a dos Carneiros - FOTO:Bruno Campos/JC Imagem
Bruno Cezar
Visão da Praia dos Carneiros, em Tamandaré - FOTO:Bruno Cezar
Jefferson Nascimento/TV Jornal Interior
Óleo recolhido da Praia dos Carneiros, em Tamandaré - FOTO:Jefferson Nascimento/TV Jornal Interior
Bruno Campos/JC Imagem
Voluntários atuam na Praia dos Carneiros, em Tamandaré - FOTO:Bruno Campos/JC Imagem

4. Quais as possíveis origens das manchas de óleo no Nordeste?

No dia 20, no Recife, o almirante Leonardo Puntel, comandante de Operações Navais da Marinha, falou sobre as hipóteses levantadas sobre a origem do óleo.

Já o comandante da Marinha, Almirante Ilques Barbosa Júnior, afirmou, no dia 22 de outubro, que a investigação sobre a origem do acidente está focada em 30 navios de 11 países. Essas embarcações teriam passado por pontos do oceano onde o derramamento pode ter acontecido e nas datas apontadas por cientistas como as mais prováveis para o acidente.

5. Quais os riscos para as pessoas?

O óleo que está se espalhando pode trazer problemas que vão além da contaminação e da irritação na pele. Por isso, quem ajuda a recolher o material nas praias precisa ficar atento aos riscos gerados pelo simples contato do óleo com a pele.

Para evitar a contaminação, os equipamentos de segurança individual são: chapéu, máscara, luvas de borracha, botas, uma sacola resistente, balde e pá.

6. Quais os riscos para os animais?

O óleo pode afetar os animais marinhos de diferentes maneiras - alguns podem ingerir a substância ou ter a locomoção comprometida pelo contato do óleo com a pele. De acordo com o Ibama, até o dia 21, 39 animais foram conhecidamente afetados, entre eles, 18 tartarugas marinhas que morreram.

Ainda segundo o Ibama, como medida preventiva, 2.190 filhotes de tartarugas marinhas foram capturadas preventivamente na Bahia e 624, em Sergipe. Esses animais ficarão em observação.

Caso você encontre algum animal com óleo, a orientação é que sejam acionados imediatamente os órgãos ambientais para adotar as providências necessárias.

7. O que está sendo feito com o óleo recolhido?

As toneladas de óleo recolhidas nas praias pernambucanas estão sendo levadas para o Centro de Tratamento de Resíduos (CRT), que fica no município de Igarassu. Segundo o Governo do Estado, a empresa, que também recebe lixo urbano, está certificada e possui licença ambiental para receber resíduos perigosos, como é o caso desse óleo.

A gestão do material que foi retirado das praias está sendo coordenada pelo Superintendente da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, especialista em resíduos sólidos.