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Funcionários dos Correios ameaçam entrar em greve na próxima semana, diz sindicato

De acordo com o SINTECT-PE, uma assembleia está marcada para o dia 17 de agosto

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 13/08/2020 às 18:17
Fernando Frazão/Agência Brasil
FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em entrevista ao Por Dentro com Cardinot, os funcionários dos Correios afirmaram que podem entrar em greve a partir da próxima semana. De acordo com o secretário de informação do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos em Pernambuco (SINTECT-PE), Roberto Alexandre, uma assembleia está marcada para o dia 17 de agosto (próxima segunda-feira) para conversar sobre as reivindicações da categoria.


Queremos que restabeleça o nosso acordo coletivo, que inclui plano de saúde, auxílio especial, auxílio maternidade, vale cultura. Todos os benefícios. A empresa tirou tudo da gente. Dia 17, a partir das 22h, os Correios de todo o Brasil vão parar’’, afirmou o secretário de informação do SINTECT-PE, Roberto Alexandre.

Correios da Casa Amarela sem funcionar

Os trabalhadores dos Correios do bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, tiveram que paralisar as atividades por causa higienização do local para evitar a propagação do novo coronavírus. Ainda segundo o secretário de informação do SINTECT-PE, o local está fechado por tempo indeterminado e os clientes não devem ir retirar a encomenda na agência.

Ao todo, 60 profissionais que trabalham fazendo a entrega de correspondências e encomendas na agência não estão trabalhando porque o centro de distribuição foi fechado, depois que três servidores testaram positivos para o novo coronavírus. Já o serviço de postagem continua funcionando normalmente.

Nota dos Correios na íntegra

Desde o início de julho, os Correios têm negociado com as entidades representativas dos empregados os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021. A proposta da empresa visa fortalecer suas finanças com a adequação dos benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal. É importante esclarecer que a pauta de reivindicações enviada pela Fentect geraria um acréscimo de R$ 961 milhões nas despesas dos Correios, quase dez vezes o lucro do ano de 2019.

A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que estão previstos na CLT e em outras legislações, resguardando todos os direitos dos empregados. Considerando a realidade financeira da estatal, com um cenário de dificuldades que tem se agravado a cada ano, a estatal precisa se adequar não só ao que o mercado está praticando, mas, também, ao que está previsto na legislação.

Os Correios seguem a orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e as diretrizes do Ministério da Economia, que estão atentos às necessidades de reequilíbrio do caixa financeiro da empresa e de ajustes na concessão de benefícios - no sentido de adequar as relações trabalhistas das empresas públicas à CLT e assegurar a manutenção dos empregos. A economia prevista com o ajuste dos benefícios hoje concedidos fora do que está estipulado na CLT será de mais de R$ 600 milhões ao ano. A empresa, que possui 99 mil empregados, reafirma que é dever de todos, empregados e dirigentes, prezar pela manutenção das finanças dos Correios e, consequentemente, dos empregos dos trabalhadores.

Quanto à possível deflagração de uma greve, os Correios já possuem um plano de contingência formulado para garantir a continuidade de suas atividades. A estatal conta com o compromisso e responsabilidade dos empregados com a população e o país, sobretudo nesse momento em que os serviços da empresa são ainda mais essenciais para pessoas físicas e jurídicas.