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Menina de 10 anos já embarcou para casa, após procedimento de aborto no Recife

A menina de 10 anos recebeu alta e o Cisam/UPE confirmou que ela não está mais em Pernambuco

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 19/08/2020 às 16:02
Leonardo Vasconcelos/SJCC
FOTO: Leonardo Vasconcelos/SJCC

A menina capixaba de 10 anos, que passou por aborto no Recife após ficar grávida ao ser vítima de estupro, já não está mais em Pernambuco, e deve ter embarcado para o Estado do Espírito Santo, onde mora. A informação foi confirmada, nesta quarta-feira (19), pelo Centro Integrado Amaury de Medeiros da Universidade de Pernambuco (Cisam/UPE). Enquanto esteve em Pernambuco, a criança recebeu várias mensagens de apoio e presentes.

Prisão do suspeito

De acordo com a polícia, o tio dela foi preso e confessou o crime. A polícia também informou que o suspeito já tinha passado por outras duas cidades, estava escondido na casa de parentes e decidiu se entregar. Ele está preso na penitenciária de Vila Velha, no Espírito Santo.

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O suspeito já cumpriu pena por tráfico de drogas, entre 2011 e 2018. No entanto, em 2017, conseguiu entrar no regime semiaberto. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça, e foi conduzido para a penitenciária de Vila Velha. Em um vídeo gavado antes da prisão, o homem alegou inocência.

Procedimento legal

A vice-presidente da OAB de Pernambuco, Ingrid Zanella, afirmou que o procedimento de interrupção da gestação realizado por uma menina de 10 anos teve todo trâmite para a realização do procedimento está dentro da legalidade exigida pela justiça. A menina estava com 22 semanas de gravidez.

Relembre o caso

No dia 8 de agosto, a criança deu entrada no Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus, no Espírito Santo, apresentando sinais de gravidez. Após a realização de exames, a equipe médica constatou que a menina estava grávida de, ao menos, três meses. Segundo o inquérito da Polícia Civil do Espírito Santo, a criança contou que era estuprada pelo companheiro de sua tia, um homem de 33 anos, há, pelo menos, quatro anos.

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Ela também contou que era ameaçada por ele, por isso não denunciou os abusos. O suspeito estava foragido, desde que o caso foi revelado. O homem foi indiciado pelos crimes de ameaça e estupro de vulnerável, ambos praticados de forma continuada.