O Sindicato dos professores do Estado de Pernambuco (Sinpro Pernambuco) entrou com uma ação civil pública na Justiça para revogar a decisão do governo estadual em retomar as aulas presenciais durante a pandemia de covid-19, apesar dos protocolos de segurança.
O retorno estava marcado para o dia 6 de outubro. De acordo com o Sinpro-PE, a ação "foi movida no intuito de preservar o mais importante de todos os direitos, a vida".
Greve dos professores
Em assembleia realizada por meio de videoconferência, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) e mais de 1.500 professores e trabalhadores da rede estadual de ensino optaram por decretar a greve.
No entanto, a categoria informou que vai realizar nova assembleia no dia 5 de outubro, um dia antes do inicio das aulas, para decidir se a greve vai continuar. A terceira reunião com o Governo de Pernambuco terminou sem acordo.
Já os professores da rede privada de Pernambuco decidiram entrar em estado de greve.
Na contramão, o Sindicato das Escolas Privadas de Pernambuco ingressou na Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pedindo a volta das aulas presenciais em todas as séries da rede privada de ensino, revelou o presidente do Sinepe-PE, José Ricardo Diniz.
Texto do Sindicato dos professores na íntegra
Na última sexta-feira (2), o setor jurídico do Sinpro Pernambuco entrou com uma ação civil pública, visando a revogação do retorno das aulas presenciais no estado.
A ação foi movida no intuito de preservar o mais importante de todos os direitos, a vida. O sindicato, além das alegações mais gerais acerca do fato, também aponta que as experiências ocorridas em outros estados vêm mostrando o quanto esse retorno não é viável ao povo e o poder público tem por obrigação, proteger as pessoas dessa pandemia.
O retorno às aulas presenciais só atende os interesses empresariais, principalmente para que as escolas particulares voltem a cobrar suas mensalidades no valor integral, em detrimento da saúde e da proteção da vida da comunidade escolar.
A maioria das famílias são contra esse retorno, assim como as entidades estudantis e os(as) professores(as). Muitas escolas em todo estado, também já oficializaram que continuarão em suas rotinas remotas.
Esperamos que a justiça se estabeleça ao lado da vida e do direito.