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Após aumentos no preço do gás de cozinha, venda da Liquigás é autorizada

A Liquigás é subsidiária da Petrobras e distribuidora do gás de cozinha no Brasil

Com informações da Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil
Publicado em 19/11/2020 às 16:10
Léo Motta/JC Imagem
FOTO: Léo Motta/JC Imagem

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a venda da Liquigás, subsidiária da Petrobras na distribuição do gás de cozinha. De acordo com o conselheiro Mauricio Oscar Bandeira Maia, relator do caso, a venda da Liquigás foi no modelo fix-it-first (entenda na explicação abaixo). A Agência Brasil informou que o negócio foi assinado na quarta-feira (18). Com isso, a Copagaz passará a ser a nova controladora da Liquigás, junto com a Itaúsa – que deterá de 45% a 49,99% do capital social e votante da Copagaz.

“Uma operação que, antecipando a análise concorrencial do órgão regulador, já apresenta remédio embutido com o objetivo de sanar eventuais problemas concorrenciais identificados”, esclareceu Mauricio Oscar Bandeira Maia.

O negócio abrange três operações distintas envolvendo as empresas Copagaz, Itaúsa, Nacional Gás Butano (NGB) e Fogás. O aval foi condicionado à assinatura de um acordo em controle de concentrações (ACC).

Já a participação da NGB e da Fogás no negócio, segundo as requerentes, tem como objetivo solucionar possíveis preocupações concorrenciais observadas em alguns estados brasileiros, conforme critérios estabelecidos pelo Cade no julgamento da venda da Liquigás para a Ultragaz, vetada pelo órgão antitruste em 2018.

Gás de cozinha por R$ 90; entenda

Em seis meses, o gás de cozinha subiu oito vezes. O último aumento aconteceu no início do mês de novembro. O valor do gás de cozinha, sendo o botijão de 13 kg, deve variar entre R$ 85 (à vista) e R$ 90 (a prazo). O sindicato dos revendedores de gás de Pernambuco, inclusive, havia se posicionado contra mais este reajuste da Petrobras, ainda mais neste contexto de pandemia e crise econômica. Em Pernambuco, são cinco distribuidoras e cerca de 1.600 revendedoras de gás de cozinha.

Entenda o que motiva o aumento do gás de cozinha

De acordo com Rodrigo Leão, coordenador técnico do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em entrevista ao site 6 Minutos, parceiro do Portal Uol, existe uma combinação de fatores influenciando no preço do gás de cozinha: a política da Petrobras, a desvalorização do real e os custos de logística.

Em nota, a Petrobras informou que 43% do preço ao consumidor final correspondem à parcela da empresa estatal. “Os demais 57% referem-se a tributos e margens de distribuição e revenda.” Em outubro, o gás de cozinha aumentou 2,07%, enquanto o IPCA-15 avançou 0,94%. No ano de 2020, o ás de cozinha acumula um avanço de 5,47%, contra uma inflação geral de 2,31%.