CORONAVÍRUS

COVID-19: Ocupação de UTIs chega ao pior nível da pandemia, diz Fiocruz

Em 12 estados e no DF, mais de 80% dos leitos covid-19 estão ocupados

TV Jornal
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Publicado em 26/02/2021 às 16:00 | Atualizado em 20/09/2022 às 6:32
Bobby Fabisak/JC Imagem
FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem

Com informações da Agência Brasil

O Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta-sexta-feira (26), alerta para a ocupação de leitos de UTIs no Brasil.

A ocupação das unidades de terapia intensiva dedicadas a infectados pelo novo coronavírus no país chegou ao pior nível desde o início da pandemia.

Pesquisadores chamam de "zona crítica de alerta" a ocupação acima de 80% do total de leitos. 12 estados e o Distrito Federal, e 17 das 27 capitais do país alcançaram esse nível.

O percentual de leitos ocupados passa dos 90% no Amazonas (94,6%), Ceará (92,2%), Paraná (91,9%), Rondônia (97,1%) e Santa Catarina (93,4%).

Entre 80% e 90%, estão Acre (88,7%), Distrito Federal (87%), Goiás (89,2%), Pernambuco (85%), Rio Grande do Norte (81,4%), Rio Grande do Sul (83,6%) e Roraima (82,2%)

As 17 capitais na zona de alerta de crítica para a ocupação das UTIS são: Porto Velho (100,0%), Rio Branco (88,7%), Manaus (94,6%), Boa Vista (82,2%), Palmas (80,2%), São Luís (88,1%), Teresina (93,0%).

Também estão Fortaleza (94,4%), Natal (89,0%), Recife (80,0%), Salvador (82,5%), Rio de Janeiro (85,0%), Curitiba (90,0%), Florianópolis (96,2%), Porto Alegre (84,0%), Campo Grande (85,5%) e Goiânia (94,4%).

O boletim destaca que o país está em um patamar de intensa transmissão da covid-19, sem que nenhum estado apresente tendência de queda nas incidências de casos e óbitos.

26 estados apresentam um patamar elevado de mortalidade. "Decorrente de exposições ocorridas no final de 2020 e em janeiro de 2021, com a ocorrência de festas de fim de ano, festivais clandestinos e intensificação de viagens", explica o boletim.

Roraima é o único com uma alta maior que 5%, com 5,3%.

"A gravidade deste cenário não pode ser naturalizada e nem tratada como um novo normal", alerta o Observatório Covid-19 da Fiocruz

"Mais do que nunca urge combinar medidas amplas e envolvendo todos os setores da sociedade e integradas nos diferentes níveis de governo", afirma.

Os pesquisadores lembram que o país está desde 17 de janeiro com uma média móvel de mais de mil mortes por dia, o que sobrecarrega profissionais e sistemas de saúde, impacta a qualidade dos serviços e a saúde mental e física dos trabalhadores.

Pelo segundo dia seguido, o Brasil bateu ontem o recorde de mortes diárias por covid-19, com uma média de 1.148 mortes por dia nos últimos sete dias.

"Dentre os novos desafios, destacamos a chegada das vacinas e o lento processo de vacinação que vem se desenhando", pontua o boletim.

"Combinado com o surgimento das novas variantes que envolvem tanto o potencial de serem mais transmissíveis, como contextos que favorecem a transmissão por conta da ausência de medidas de mitigação amplas", conclui.

Prevenção ao coronavírus

O boletim reforça a necessidade de medidas que promovam o isolamento e o distanciamento físico, o uso de máscara em larga escala, a redução dos deslocamentos entre as cidades, a garantia de transporte adequado e a oferta de locais para quarentena.

"Essas medidas deveriam envolver, além de legislações e decretos, campanhas para adesão da população às mesmas", afirma a Fiocruz, que pede planejamento para a adoção de medidas mais restritivas, assim como fiscalização mais efetiva e coordenação regional entre municípios.