Buscas por Lázaro Barbosa

Serial killer de Brasília: Veja quem é o caçador que se juntou à polícia para procurar por Lázaro Barbosa, neste 14º dia de buscas

A população apoia o reforço com caçadores para encontrar Lázaro Barbosa, "serial killer de Brasília": "Em 3h ou 4h eles pegariam (Lázaro)"

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 22/06/2021 às 7:44 | Atualizado em 17/06/2022 às 21:21
 Divulgação/Secretaria de Segurança Pública de Goiás
FOTO: Divulgação/Secretaria de Segurança Pública de Goiás

O "serial killer de Brasília", Lázaro Barbosa, de 32 anos, continua desaparecido na manhã desta terça-feira (22). Hoje, é o 14º dia de caçada ao criminoso, em Goiás.

O homem é procurado pelo assassinato de uma família inteira em Ceilândia (DF) e invasões em fazendas no Distrito Federal e Goiás. Entre cada crime, famílias foram feitas de reféns.

Com a dificuldade em encontrar o suspeito, os moradores da região já estão considerando o fugitivo uma "lenda". O trabalho das forças de segurança foi reforçado, com centenas de policiais e o uso de cães farejadores, já que Lázaro está passando por rios e matas de difícil acesso aos agentes.

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Caçador

A polícia começou a usar rádios de comunicação e também um homem de fora das forças armadas, considerado um caçador experiente na região. De acordo com a TV Record, o caçador é conhecido na região como Babaçu.

Ele caça desde os 7 anos de idade e disse que não precisa nem de tênis para caminhar, mesmo em superfícies com pedras e mato. Segundo a reportagem, o homem pediu uma roupa camuflada do Exército, dinheiro e uma arma calibre 12.

O homem afirma que basta ser colocado no último local em que Lázaro foi visto, e a população apoia o reforço com caçadores. "Queria que os caçadores da minha comunidade entrassem junto com a polícia, mas minha voz não foi ouvida. O meu marido conhece a fazenda, cada vizinho conhece sua fazenda e entrariam junto com a polícia e cercaria. Acredito que em 3h ou 4h eles pegariam (Lázaro) com toda certeza", disse uma moradora à Record. 

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Rádios de comunicação

As buscas se concentram em Cocalzinho de Goiás, em uma área de aproximadamente 10km de extensão. Os policiais começam a receber rádios cedidos pelo Exército Brasileiro, com capacidade de alcance de até 30km. Foram cedidos 40 rádios para serem usados pelos cerca de 270 policiais, e a ideia é que isso facilite na comunicação dentro da mata.

Segundo o portal G1, está sendo desenvolvida uma tecnologia que vai permitir que todos os rádios se comuniquem ao mesmo tempo entre si.

Último dia que foi visto

Na manhã dessa segunda-feira (21) uma moradora de uma propriedade rural na divisa com Águas Lindas de Goiás denunciou ter visto um homem que pode ser Lázaro. A família se acordou com os cachorros latindo, e avistou um homem com uma mochila, mancando. Policiais varreram a região, mas não localizaram Lázaro.

Desde a última sexta-feira (18), o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, não dá entrevista coletiva. Ele coordena as operações de buscas e chegou a prometer, na semana passada, que Lázaro seria encontrado em pouco tempo. 

Invasão de casa

O suspeito, após trocar tiros com a polícia, na última quinta (17), no bairro onde o pai mora, voltou, no sábado (19), e revirou a casa de uma senhora. Um carregador de celular foi roubado e o criminoso conseguiu fugir. 

 

Pedido da defesa

A juíza da Vara de Execuções Penas do Distrito Federal, Leila Cury, não conheceu o pedido formulado pela Defensoria Pública do DF em favor do réu Lázaro Barbosa de Sousa, "serial killer de Brasília", que se encontra foragido e há 14 dias é procurado pelas forças policiais do DF e de Goiás, após cometer vários crimes.

 

 

Ajuda local nas buscas

Após 13 dias de buscas pelo suspeito de assassinatos em série, um homem, sem a identidade revelada e que conhece bem a região, passou a ajudar nas buscas, mostrando os possíveis esconderijos do criminoso em locais de difícil acesso.

Infiltrado

Uma pessoa que fingiu ser policial se infiltrou entre as equipes e entrou em local restrito aos agentes que participam da ação, em Cocalzinho, Goiás (GO). O homem, que chegou a dar informações e afirmou ser de outra equipe, foi detido na madrugada desse domingo (20).

Polícia aposta no cansaço

A Polícia aposta no desgaste emocional e no cansaço físico para tentar capturar o Lázaro Barbosa. "Ele está a cada dia mais cansado, mais acusado. Não deixa, de maneira nenhuma, de ser perigosíssimo, mas está nas últimas forças. Tenho quase certeza que cheguei a vê-lo, a 1 km de distância, do outro lado de um vale. A aparência dele não era de pessoa ferida", chegou a comentar com a imprensa o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Rodney Miranda.

Essas aparições do fugitivo, que teve seu perfil traçado como sendo de um psicopata, sugerem, portanto, maior aproximação da operação policial com a localidade exata do fugitivo.

Com o cerco policial se fechando, a tendência é que Lázaro sofra mais estresse, aponta Cássio Thyone, perito criminal aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal e membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. "Ele precisa dormir, se alimentar, vencer o próprio estresse psicológico. Tempo é o fator que favorece quem está tentando encontrar a pessoa e não quem está tentando fugir", complementa.  

 

Governador de Goiás

Apesar disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), declarou, no mesmo dia, que as buscas podem durar até um mês. "Eu pedi o máximo de cautela. Temos tempo. Não precisa atropelar [...] Ele está cercado, dentro da circunscrição e não vai escapar de ser capturado. Pode ter 10, 20, 30 dias", disse o governador.

Para o governador, "qualquer coisa que aconteça, vindo do sujeito, é muito explicável. Ele é assassino. Tudo depende de como é que ele vai se comportar, se vai reagir, ter processo de ansiedade, enfrentar ou continuar. Ele tem a característica do habitat. Ele sabe onde está pisando".

 

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Fake news

A Secretaria de Segurança de Goiás também aponta dificuldades de apuração do caso, pelo excesso de fake news. Os agentes têm recebido falsas informações sobre o suspeito, o que, segundo Miranda, tira tempo das investigações.

"É um problema sim. Não só essa fake news [de que Lázaro estaria em um cemitério], como outra de que ele já havia sido baleado, que já estava morto. Tudo isso atrapalha, porque não só a nossa Inteligência, como as unidades de operação, tem que checar. Às vezes a gente deixa de atender mais rapidamente uma informação procedente, para atender uma que não tem relevância", disse, na última 5ª feira.

 

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Os crimes

Lázaro é acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia no último dia 9 de junho. Os mortos eram Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidas, de 21 anos, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15 anos.

O foragido também é apontado como responsável pelo sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade. O corpo dela foi encontrado no dia 12 à beira de um córrego, próximo da casa onde a família morava. Na terça-feira (15), ele fez uma família refém em uma chácara e atirou em um policial, que foi atingido de raspão.

Lázaro também é investigado pela morte de um caseiro em Girassol, no dia 5 de junho, quatro dias antes do assassinato da família.

 

Quem é Lázaro Barbosa?

O homem mais procurado do Distrito Federal, atualmente, é o baiano Lázaro Barbosa Sousa, de 32 anos, nasceu no município de Barra do Mendes, na Bahia, a 500 km de Salvador. O suspeito é casado e tem dois filhos. Criado na mata, no passado, ele já ficou foragido da polícia da Bahia por 15 dias.

Em Barra do Mendes, ele cometeu ao menos dois assassinatos, depois mudou de estado para dar sequência a sua empreitada criminosa.

 

Lázaro Barbosa é serial killer?

Oficialmente, a polícia do Distrito Federal não trata Lázaro Barbosa de Sousa como um "serial killer". Ele é suspeito de assassinar quatro pessoas de uma mesma família, na semana passada, e está fugindo dos policiais, desde então. Na fuga, ele já trocou tiros e fez reféns. O termo "serial killer" para tratar este caso foi adotado por usuários das redes sociais, tecnicamente, de forma errada.

 

Confira a cobertura sobre o caso