CUMBRE VIEJA

Vulcão Cumbre Vieja em alerta amarelo: o que isso significa?

Com uma erupção explosiva, a onda de choque provocaria a formação de tsunamis que atingiriam todo o Atlântico, dos Estados Unidos ao sul do Brasil.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 16/09/2021 às 17:45 | Atualizado em 24/03/2022 às 19:02
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Com o nível de alerta aumentado para as atividades do vulcão Cumbra Vieja, na ilha La Palma, localizada nas Ilhas Canárias, estudos vieram à tona afirmando que uma possível erupção poderia causar um tsunami em países banhados pelo Oceano Atlântico, incluindo o Brasil.

De acordo com o oceanógrafo físico Carlos Teixeira, professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o risco não é iminente e a possibilidade é mínima, mas real.

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“Não significa que a gente vai ter uma erupção semana que vem, mês que vem, ano que vem. Mas eles aumentaram o nível de alerta. Também não significa que mesmo se a gente tiver uma erupção, não é qualquer erupção que iria gerar desmoronamento e esse tsunami”, explica o professor.

Mas afinal, o que são os níveis de alerta?

Os níveis de alerta são como luzes de um semáforo. Um vulcão está no nível verde quando tem atividades normais, sem abalos.

O nível amarelo, utilizado pelo Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca) para o Cumbre Vieja, indica que alguns sinais precursores de uma erupção foram identificados, como os abalos sísmicos monitorados nos últimos dias em La Palma.

O sinal laranja é dado quando há confirmação de sinais pré-eruptivos, e o vermelho quando a erupção foi iniciada.

No entanto, mesmo com sinal amarelo, o governo das Ilhas Canárias lançou nota nesta quinta-feira, 16, falando sobre aumentar a informação de pontos de encontro, rotas de evacuação da população local e planos de autoproteção devido aos terremotos registrados na região.

Tsunami

No caso de acontecer uma erupção explosiva, a onda de choque provocaria a formação de tsunamis que atingiriam todo o Atlântico, dos Estados Unidos ao sul do Brasil.

As áreas mais atingidas seriam o Caribe, Golfo do México e Nordeste brasileiro, que experimentaria ondas de até cinco metros de altura. Um vídeo simula como seria a chegada das ondas ao litoral brasileiro.

Esse vulcão é considerado a chance mais real do Brasil ser atingido por um tsunami, explica o oceanógrafo Carlos Teixeira, professor da Universidade do Ceará (UFC).

"Após a erupção, as ondas chegariam ao litoral brasileiro em apenas seis horas. Por isso, a preparação para um tsunami precisa ser feita com bastante antecedência para dar tempo de evacuar toda a população. Se não, o banhista vai estar no Porto da Barra e será surpreendido pela onda gigante", explica o professor.