Justiça

Caminhoneiro pernambucano suspeito de envolvimento em assalto é solto

Caminhoneiro pernambucano teria sido feito refém por um grupo de assaltantes de banco. No entanto, a polícia suspeita que ele tenha participado da investida

Giovanna Torreão
Giovanna Torreão
Publicado em 25/06/2019 às 15:55
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FOTO: Cortesia

O caminhoneiro pernambucano que foi apontado pela Polícia do Maranhão como sendo suspeito de envolvimento em um ataque a uma agência do Banco do Brasil na cidade de Bacabal, no dia 25 de novembro de 2018, foi solto no último dia 17 após sete meses na prisão. Depois de passar pelos Presídios Anil e Pedrinhas, no Maranhão, Obadias Pereira continua sendo investigado quer provar que é inocente. Ele trabalhava na Empresa Osaka Transportes e segue sendo investigado.

O caminhoneiro falou sobre os momentos difíceis de quando teria sido refém pelos assaltantes. "Me ameaçavam direto, 'se você tentar correr, a gente fuzila você'. Aquela pressão total, aqueles armamentos pesados, mas em nenhum momento me agrediram. Só Deus sabe o que eu passei, só queria ver minha família", afirma o caminhoneiro Obadias.

O advogado de Obadias informou que o caminhoneiro está liberado pela Justiça até mesmo a conseguir um novo trabalho. "Juntamos algumas provas, dentro do próprio processo, algumas ouvidas, absolvendo Obadias. A base do juiz foi essa para colocar ele em liberdade", explica o advogado Josemar de Andrade.

Polícia

De acordo com o delegado Luciano Bastos, responsável pelas investigações, o inquérito já foi concluído e encaminhado à Justiça. Todos os envolvidos já foram indiciados. Ainda segundo a polícia, existem autos complementares em andamento, apenas para tentar identificar o restante da organização criminosa. Foram roubados cerca de R$ 100 milhões e R$ 45 milhões foram recuperados.

Relembre o caso

De acordo com as primeiras informações do caso, o caminhoneiro Obadias Pereira da Silva, de 44 anos, conduzia seu caminhão, quando teria sido abordado por um grupo que o fez de refém, após um assalto a banco na cidade Bacabal, a 240 KM de São Luís, no dia 25 de novembro. A estimativa da polícia é que cerca de R$ 100 milhões foram roubados. O caminhão de Obadias foi encontrado carbonizado em uma estrada que fica na saída de Bacabal.

Enquanto o caminhoneiro estava desaparecido, o delegado Armando Pacheco, da Polícia Civil do Maranhão, já tinha afirmado que não descartava sua participação no crime. "Nenhuma linha de investigação (está) descartada". Segundo ele, os investigadores ainda podem ser surpreendidos com uma possível participação do pernambucano Obadias Pereira da Silva na ação criminosa.

"Pode ser que nós sejamos surpreendidos com uma possível participação dele. Das possibilidades, todas estão sendo checadas", disse o delegado em entrevista à TV Difusora, afiliada do SBT no Maranhão, e exibida pelo Por Dentro com Cardinot, da TV Jornal, no dia 3 de dezembro de 2018.

O caminhoneiro Obadias Pereira da Silva foi preso em São Luís e prestou depoimento. A polícia diz ter indícios de que o pernambucano participou de um assalto ao centro de distribuição do Banco do Brasil, na cidade de Bacabal, no Maranhão.

De refém a envolvido

O caminhoneiro Obadias Pereira enviou uma mensagem pelo Whatsapp para a família afirmando que havia sido feito refém pelos suspeitos. A polícia desconfiou da versão pela tranquilidade com a qual o caminhoneiro falava.

O veículo acabou sendo localizado carbonizado numa estrada de Bacabal. Obadias foi encontrado no dia 6 de dezembro. Apesar de ter dito à família que estava na cidade de Nova Olinda, o morador do bairro do Ibura acabou preso no município de Araguanã.

Quadrilha

A polícia do Maranhão diz que o mega-assalto foi coordenado do Uruguai, por José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, líder do facção Bonde do Maluco, da Bahia. A organização criminosa é uma das mais violentas do Nordeste e responsável por empreitadas cinematográficas.

O irmão dele, Edielson Francisco Nunes, seria um dos integrantes da quadrilha mortos no confronto em Bacabal, há doze dias. Na noite do dia 3 de dezembro, dez homens suspeitos de participar do mega-assalto foram presos em Santa Luzia do Paruá.

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