Polícia Federal

PF investiga suposta empresa laranja que firmou contratos de R$ 9 milhões com prefeituras em Pernambuco

Investigações de supostas irregularidades em contratações municipais para combate à covid-19 (novo coronavírus) desencadearam a operação Casa de Papel

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 16/06/2020 às 11:05
Tomaz Silva/ABr
FOTO: Tomaz Silva/ABr

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (16), a Operação Casa de Papel, para investigar a contratação emergencial de uma empresa sem licitação para a compra de materiais médico-hospitalares para o enfrentamento do novo coronavírus (covid-19), por sete prefeituras pernambucanas.

A Justiça Federal determinou o cumprimento de medidas de busca e apreensão na da empresa AJS Comércio e Representação, após requerimentos do Ministério Público Federal (MPF), em Pernambuco (PE), e da Polícia Federal (PF).

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Sete cidades

São 35 mandados de busca e apreensão em endereços nas cidades de Recife, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe, Carpina e Cabo de Santo Agostinho. Não foram feitas prisões.

Casa de Papel

A empresa AJS Comércio e Representação, alvo da Operação Casa de Papel, foi contratada pela Secretaria de Saúde do Recife, por meio de dispensa de licitação, com suspeita de superfaturamento, para o fornecimento de aventais descartáveis, em contrato de R$ 7,5 milhões.

As apurações indicaram que há fortes evidências de que a empresa é de fachada e que seu quadro societário é formado por “laranjas”. No período de combate à pandemia, a empresa também foi contratada emergencialmente por dispensa de licitação pelas prefeituras do Cabo de Santo Agostinho, Olinda e Paulista, com a maior parte dos recursos, um total de R$ 1,2 milhão, sendo oriundos dos respectivos Fundos Municipais de Saúde.

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Antídoto

Também foi deflagrada pela Polícia Federal, nesta terça-feira, a Operação Antídoto, para investigar contratações emergenciais realizadas pela Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife em favor da empresa FBS Saúde Brasil Comércio de Materiais Médicos Eireli no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão.

De acordo com a polícia, foram constatados indícios de que a empresa - favorecida com 14 dispensas de licitação superiores a R$ 81 milhões de reais somente nessa época de calamidade pública - estaria constituída em nome de "laranjas" e não teria capacidade operacional para fazer frente aos contratos.

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