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Lei no Recife proíbe criança de até 10 anos sozinha em elevador, afirma especialista em segurança

‘’A regra não é seguida à risca’’, afirmou o especialista em segurança em condomínios no programa Turma do Barra

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 04/06/2020 às 17:45
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FOTO: Cortesia

A morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, após cair do 9º andar de um prédio no Recife, na última terça-feira (02), causou revolta e vários pedidos por justiça nas redes sociais. Muitas dúvidas surgiram sobre o caso e uma delas foi como a criança conseguiu chegar lá em cima. A resposta veio com as imagens da câmera de segurança que mostram o momento em que a patroa da mãe da vítima pressiona o botão do elevador e deixa Miguel sozinho.

Coincidentemente, no mesmo dia da tragédia, ainda sem a divulgação do caso por parte das autoridades policiais, a Turma do Barra entrevistou o especialista em segurança de condomínios, Eduardo Costa, que alertou sobre os cuidados necessários para pais e responsáveis em alguns equipamentos, a partir do vídeo em que uma criança na China fica presa em um elevador. Entre os esclarecimentos, o especialista afirmou que uma lei no Recife proíbe crianças menores de 10 anos sozinhas em elevadores.

‘’Existe uma lei de número 18076, de 2014, que proíbe criança menores de 10 anos desacompanhadas em elevador. Isso deveria estar afixada nas paredes dos elevadores e muitas vezes não está. A regra não é seguida à risca.(Elevador) É um equipamento que representa um risco e não está sendo bem utilizado, muitas vezes’’, contou. Clique aqui e confira a lei na íntegra ou acesse pelo site da Prefeitura do Recife.

Caso Miguel

As investigações da perícia apontaram que Miguel teria se pendurado em um guarda-peito de metal e caído de uma altura de 35 metros. A dona do apartamento onde trabalhava a mãe de Miguel foi autuada por homicídio culposo pela Polícia Civil, mas pagou a fiança determinada pelo delegado Ramón Teixeira no valor de R$ 20 mil e liberada.

Negligência

Em entrevista à TV Jornal, a empregada doméstica Mirtes Renata Santana da Silva, mãe de Miguel, desabafou e acredita que ‘’faltou paciência’’ para a patroa que, de acordo com a mãe da vítima, disse que iria tomar tanto da própria filha quanto do garoto, pois eles costumavam brincar juntos, enquanto Mirtes precisou sair para passear com o cachorro de estimação dos proprietários do imóvel. A negligência foi outro ponto alertado pelo especialista em segurança.

‘’Existem muitos casos de negligências em cuidados com crianças, principalmente no nosso dia a dia de pandemia (do coronavírus) e isso está acontecendo muito em condomínios. Sempre a gente indica o acampamento da criança nessa situação, que são do a dia, mas podem acarretar riscos. Criança andando na calçada, elevador e escadas rolantes são equipamento do dia a dia, mas exigem cuidados, senão a gente vai estar prejudicando a segurança da nossa família e das nossa crianças’’, endossou Eduardo Costa.

Velório de Miguel

Dor e revolta. Assim foi marcado o enterro do corpo de Miguel Otávio Santana da Silv no Cemitério de Bonança, no município de Moreno, na Zona da Mata de Pernambuco. Os parentes do menino não conseguiram conter a emoção. O pai de Miguel cobrou mais investigações sobre o caso e quer que a dona do apartamento onde a mãe do menino trabalhava explique tudo o que aconteceu.

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