DEPOIMENTO

Caso Miguel: Manicure que estava em apartamento com patroa vai até delegacia

A manicure estava no apartamento enquanto a tragédia aconteceu

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 12/06/2020 às 13:10
Reprodução/ Redes Sociais
FOTO: Reprodução/ Redes Sociais

Na manhã desta sexta-feira (12), a manicure que estava no apartamento da patroa da mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu no dia 2 de junho após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torre Gêmeas, no Recife, compareceu à Delegacia de Santo Amaro, na região central do Recife, para prestar depoimento à polícia. Questionada pela equipe de reportagem da TV Jornal sobre a demora em prestar depoimento na delegacia, Eliane informou que só poderia se pronunciar ao ser intimada. "Eu só podia me pronunciar com o convite da delegacia", falou a manicure.

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Na ocasião, Eliane chegou acompanhada por dois advogados. Ela deixou o local sem dar entrevista. Mas, o advogado dela, Irineu Ferreira, falou com a equipe de reportagem. Ele informou que a cliente foi ao apartamento devido à pandemia e ficou a maior parte do tempo dentro da residência.

"Ela é manicure e não estava presente em todos os momentos. Ela se manteve o tempo todo no apartamento e foi repassado isso. Acredito que posteriormente ela possa dá uma declaração, fazer uma nota para vocês (imprensa) para trazer todas as informações", relatou.

Gerente de operações do prédio também prestou depoimento

Além da manicure, o gerente de operações do prédio, Tomaz Silva, também prestou depoimento à polícia e afirmou que Sarí ajudou a mãe a socorrer a criança. Ele também contou que as normas de segurança não pedem tela de proteção nos espaços onde a criança caiu.

Delegado só vai falar após conclusão do inquérito

Segundo informações apuradas pela reportagem da TV Jornal, o delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, disse que só vai falar sobre o assunto após a conclusão do inquérito.

Expectativa

A expectativa agora é que a patroa de Mirtes e primeira dama do município de Tamandaré, Sarí Corte Real, vá até à Delegacia de Santo Amaro para prestar depoimento sobre o caso. Sarí foi autuada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar- e liberada ao pagar fiança de R$ 20 mil.

Cartas de Mirtes à patroa

"A aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento, permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão. Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente", escreveu Mirtes Renata Santana da Silva, mãe de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. Nesta quarta-feira (10), a empregada doméstica divulgou uma carta, através de seu advogado, e falou sobre o perdão pedido pela sua patroa, autuada por homicídio culposo e liberada ao pagar fiança de R$ 20 mil. Miguel morreu no dia 2 de junho após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de São José, na área central do Recife, onde a mãe trabalhava como empregada doméstica.

Investigações

Ao todo, três perícias já foram feitas no prédio onde ocorreu o acidente. Segundo os peritos, que investigam o caso, várias imagens estão sendo analisadas e estudadas. Ainda não há um prazo para os laudos sejam entregues ao delegado. A Polícia civil tem um prazo de 30 dias para concluir o inquérito. Porém, esse prazo pode ser prorrogado dependendo do andamento das investigações.

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Agilidade

A família pede agilidade na conclusão do caso que ainda segue em investigação. Na tarde da segunda-feira (8), uma equipe do instituto de criminalística voltou pela terceira vez ao prédio de luxo e fez uma nova análise no trecho que Miguel percorreu dentro do elevador de serviço até o momento do acidente no nono andar do edifício.

Relembre o caso

O caso aconteceu na tarde da última terça-feira (2), quando Mirtes Renata deixou o filho sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua, com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel ainda foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos provocados pela queda.

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