Na manhã desta sexta-feira (12), a manicure que estava no apartamento da patroa da mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu no dia 2 de junho após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torre Gêmeas, no Recife, compareceu à Delegacia de Santo Amaro, na região central do Recife, para prestar depoimento à polícia. Questionada pela equipe de reportagem da TV Jornal sobre a demora em prestar depoimento na delegacia, Eliane informou que só poderia se pronunciar ao ser intimada. "Eu só podia me pronunciar com o convite da delegacia", falou a manicure.
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Na ocasião, Eliane chegou acompanhada por dois advogados. Ela deixou o local sem dar entrevista. Mas, o advogado dela, Irineu Ferreira, falou com a equipe de reportagem. Ele informou que a cliente foi ao apartamento devido à pandemia e ficou a maior parte do tempo dentro da residência.
"Ela é manicure e não estava presente em todos os momentos. Ela se manteve o tempo todo no apartamento e foi repassado isso. Acredito que posteriormente ela possa dá uma declaração, fazer uma nota para vocês (imprensa) para trazer todas as informações", relatou.
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Gerente de operações do prédio também prestou depoimento
Além da manicure, o gerente de operações do prédio, Tomaz Silva, também prestou depoimento à polícia e afirmou que Sarí ajudou a mãe a socorrer a criança. Ele também contou que as normas de segurança não pedem tela de proteção nos espaços onde a criança caiu.
Delegado só vai falar após conclusão do inquérito
Segundo informações apuradas pela reportagem da TV Jornal, o delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, disse que só vai falar sobre o assunto após a conclusão do inquérito.
Expectativa
A expectativa agora é que a patroa de Mirtes e primeira dama do município de Tamandaré, Sarí Corte Real, vá até à Delegacia de Santo Amaro para prestar depoimento sobre o caso. Sarí foi autuada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar- e liberada ao pagar fiança de R$ 20 mil.
Cartas de Mirtes à patroa
"A aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento, permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão. Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente", escreveu Mirtes Renata Santana da Silva, mãe de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. Nesta quarta-feira (10), a empregada doméstica divulgou uma carta, através de seu advogado, e falou sobre o perdão pedido pela sua patroa, autuada por homicídio culposo e liberada ao pagar fiança de R$ 20 mil. Miguel morreu no dia 2 de junho após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de São José, na área central do Recife, onde a mãe trabalhava como empregada doméstica.
Investigações
Ao todo, três perícias já foram feitas no prédio onde ocorreu o acidente. Segundo os peritos, que investigam o caso, várias imagens estão sendo analisadas e estudadas. Ainda não há um prazo para os laudos sejam entregues ao delegado. A Polícia civil tem um prazo de 30 dias para concluir o inquérito. Porém, esse prazo pode ser prorrogado dependendo do andamento das investigações.
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Agilidade
A família pede agilidade na conclusão do caso que ainda segue em investigação. Na tarde da segunda-feira (8), uma equipe do instituto de criminalística voltou pela terceira vez ao prédio de luxo e fez uma nova análise no trecho que Miguel percorreu dentro do elevador de serviço até o momento do acidente no nono andar do edifício.
Relembre o caso
O caso aconteceu na tarde da última terça-feira (2), quando Mirtes Renata deixou o filho sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua, com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel ainda foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos provocados pela queda.