POLÍTICA

MPF pediu prisão de Jailson Correia, secretário de saúde do Recife

A Justiça Federal negou o pedido

Felipe Ribeiro/JC Imagem
FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem

Um trecho do parecer do Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) mostrou que a terceira fase da Operação Apneia, que aconteceu nesta quinta-feira (23), pediu a prisão temporária de empresários e agentes públicos.O que chamou a atenção foi que, dentre os nomes estava o de Jaílson Correia, secretário de saúde do Recife

A Justiça Federal negou o pedido do MPF e indeferiu todos os pedidos de prisão temporária. Além do secretário, o MPF-PE também pediu prisão cautelar para o diretor financeiro da secretaria, Felipe Bittencourt, e para a diretora de operações da secretaria municipal, Mariah Simões. As prisões temporárias teriam duração de um dia.

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No núcleo empresarial da suposta quadrilha apontada pelos investigadores também teve pedido de prisão cautelar, inclusive a microempresária Juvanete Barreto Freire e seu marido.

Habeas corpus

Jailson Correia chegou a entrar com habeas corpus no TRF da 5ª Região, no Recife, para tentar retirar a Polícia Federal das investigações. A defesa do secretário queria que o DRACCO, ligado à Polícia Civil de Pernambuco, assumisse a sua investigação.

Investigações

Irregularidades em contratos firmados pela Prefeitura de Recife (PE), por meio de dispensas de licitação para aquisição de 500 respiradores pulmonares - com valor toral de R$ 11,5 milhões - destinados ao enfrentamento da pandemia causada pela covid-19, são alvo da terceira fase da Operação Apneia, da Polícia Federal.

>>>Empresa chinesa é processada pelo Governo de PE por não entregar respiradores

Na ação, que tem o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), cinco mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos: quatro em Recife (PE) e um em Sumaré (SP), além de uma medida cautelar de afastamento das atividades econômicas de um investigado.

Segundo a CGU, a partir da análise dos materiais apreendidos e das demais diligências efetuadas nas duas primeiras fases da Operação confirmou as irregularidades nas dispensas de licitação, como a inclusão, por parte dos representantes da empresa investigada, de documentos falsos nos processos de compra. Também foi constatado que a Prefeitura não exigiu o cumprimento de requisitos de habilitação e adquiriu equipamentos sem o devido registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

As investigações apontam ainda que, apesar da documentação obtida evidenciar a entrega de apenas 35 ventiladores pulmonares pelo fornecedor, a Prefeitura do Recife (PE) atestou recebimento e efetuou pagamento referente a 50 equipamentos, resultando num dispêndio indevido de R$ 322,5 mil. “Apenas após a divulgação na imprensa local de fatos acerca de irregularidades nessas dispensas e a notificação de investigação criminal preliminar pela Polícia Civil de Pernambuco, a Prefeitura resolveu, a pedido do grupo empresarial investigado, devolver os equipamentos e promover o ressarcimento dos valores pagos, sem aplicação de penalidade ao fornecedor”, explicou a CGU.

NOTA OFICIAL

A Prefeitura do Recife informa que todas as contratações e compras feitas pela Secretaria de Saúde para a emergência da covid-19 têm sido realizadas dentro da legalidade e enviadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por iniciativa da própria Prefeitura. Sobre a compra de máscaras, todas foram devidamente recebidas e estão sendo utilizadas pelos profissionais de saúde nos hospitais. Em relação aos respiradores, os equipamentos não foram utilizados e com a demora da autorização da Anvisa, os equipamentos foram devolvidos à empresa e o valor pago foi totalmente devolvido para a Prefeitura, sem prejuízo para os cofres municipais.

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