aulas presenciais

Alunos do 3º ano da rede pública de Pernambuco retornam às aulas presenciais

Parte dos profissionais de Educação permanecem em estado de greve. Segundo o governo, os professores que não comparecerem às escolas terão que apresentar justificativa

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 21/10/2020 às 13:00 | Atualizado em 03/05/2023 às 8:10
 Yacy Ribeiro/ JC Imagem
FOTO: Yacy Ribeiro/ JC Imagem

O retorno das aulas presenciais nas escolas da rede pública de Pernambuco aconteceu nesta quarta-feira (21). Os alunos do 3º ano foram os primeiros a voltar.

Em uma Escola Técnica no bairro da Encruzilhada, no Recife, os alunos foram recebidos por funcionários que verificaram a temperatura e disponibilizaram álcool em gel.

De acordo com a direção do colégio, além dos estudantes os professores também apareceram nesta manhã.

Mas, segundo o secretário de Educação do Estado, Fred Amâncio, os profissionais ficaram reservados em uma sala onde a equipe de reportagem não foi permitida fazer imagens nem gravar entrevista.

Também a equipe não teve acesso às salas no momento da aula.

Já em uma escola no bairro de Santo Amaro, também no Recife, o funcionário afirmou que as aulas estão normais. A estudante Júlia Moraes disse que na turma dela os professores compareceram.

Segunda determinação

Esta já é a segunda vez que o governo determina a volta das atividades presenciais nas escolas estaduais que funcionam com o 3º ano do ensino médio.

Mas, de acordo com o Sindicato dos profissionais de Educação, parte da categoria aderiu a greve decretada nesta quarta-feira (21) alegando insegurança no retorno.

Porém, segundo o Estado, as escolas estão funcionando dentro do protocolo de convivência com a covid-19. Ainda de acordo com o governo, os professores que não comparecerem à sala de aula deverão apresentar uma justificativa.

Sobre a decisão da greve o Tribunal de Justiça por meio do desembargador Fábio Eugênio Dantas de Oliveira Lima determinou para o sindicato uma multa diária a contar desta quarta-feira (21), no valor de R$ 100 mil caso o Sintepe descumpra a determinação judicial.

Nota do Sintepe

O Sintepe só vai se pronunciar quando for notificado pela Justiça.

Os representes setoriais do Sindicato farão as visitas de verificação das escolas durante o dia de hoje como estavam sendo programadas.

A assembleia da categoria de sexta-feira, 23, está mantida.

NOTA DO SINTEPE À CATEGORIA E À SOCIEDADE

Hoje, 21 de outubro, iniciamos uma nova etapa de luta. A nossa Greve em Defesa da Vida - #GreveEmDefesaDaVida, aprovada por 91,6% das mais de 1.500 pessoas presentes à Assembleia Geral Virtual da categoria é um marco histórico de resistência.

A decisão pela greve é resultado de muito debate entre nós e consequência da insistência e precipitação da Secretaria de Educação do Estado que atropela os encaminhamentos das negociações e de maneira unilateral impõe data para retorno às atividades presenciais nas escolas públicas estaduais.

O roteiro de ações da comissão paritária deveria ser cumprindo, como por exemplo, a fiscalização completa das escolas que serão reabertas.

O Sintepe, em seus 30 anos de história, nunca se negou ao diálogo. Porém, vê, mais uma vez, a Secretaria de Educação cancelar um cronograma e agenda de reunião, optando pela judicialização da discussão da temática ao invés de respeitar o diálogo com os/as profissionais da educação.

Estamos enfrentando até atitudes inadmissíveis, tais como pressão psicológica e ameaças à categoria. O Sintepe orienta que cada companheiro/a se mantenha firme na luta, cuja essência é coletiva.

Assim, qualquer enfrentamento é de todos/as, através do Sindicato. É preciso denunciar as ações intimidatórias que venham a acontecer por parte de gestores/as. Faça a denúncia através do WhatsApp 81 99820.8585.

A Secretaria de Educação está realmente passando dos limites, impedindo até a entrada de representantes do Sintepe nos locais de trabalho, postura de governo autoritário.

Uma prática que não condiz com um governo dito socialista. Aqui fica o nosso repúdio à essa prática e nos colocamos mais uma vez à disposição para o diálogo, na perspectiva de solucionarmos o impasse que ora vivenciamos.

O Estado de Pernambuco será responsável por casos de contágio e agravamentos decorrentes da abertura precoce e imprudente das escolas.

A DIREÇÃO

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