Investigação

'Querem me atingir', diz Bolsonaro sobre quebra de sigilo bancário do filho

"Fizeram aquilo para quê? Para prejudicar", acusa o presidente

Adige Silva
Adige Silva
Publicado em 16/05/2019 às 13:37
Agência Brasil
FOTO: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o propósito da quebra de sigilo bancário do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), tem como objetivo lhe "atingir". As declarações foram dadas em entrevista nesta quinta-feira (16), em Dallas, nos Estados Unidos. O presidente questionou a legalidade da ação e criticou a mídia brasileira.

"Fizeram aquilo para quê? Para prejudicar. Desde o começo do meu mandato o pessoal está atrás de mim, o tempo todo usando a minha família. Quebram o sigilo de uma ex-companheira minha, que eu estou separado há onze anos dela, que nunca foi empregada no gabinete. Eu me pergunto, por que isso? Qual a intenção disso? 93 pessoas? Eu não quero acusar outras pessoas de nada, não, mas está escandaloso esse negócio, está escandaloso", acusou Bolsonaro.

O Ministério Público do Rio investiga Flávio Bolsonaro por indícios de "organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade" voltados para crimes de perculato. Além do atual senador, o ministério quebrou o sigilo bancário de mais 93 pessoas e empresas, entre elas uma irmã e uma prima da ex-mulher de Bolsonaro.

“Querem me atingir? Venham pra cima de mim! Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar”, esbravejou o presidente. Posteriormente, ele acusou uma funcionária de um deputado do Partidos dos Trabalhadores (PT) de uma movimentação maior.

“Você sabia que naquele grupo junto do Queiroz, tinha umas 20 pessoas, uns 20 funcionários. (Com) O meu filho estava 1,2 milhão, segundo o que o Queiroz teria movimentado. Na verdade é metade, porque o Coaf mostra o que entra e o que sai. Tinha uma senhora lá, empregada de um deputado do PT, que teria movimentado, na mesma circunstância, 49 milhões de reais. O que aconteceu com este deputado? Ele foi eleito neste ano presidente da Alerj, ninguém tocou no assunto. Façam justiça!”, criticou o presidente.

"Jogadinha" entre o MP e a Globo

Bolsanaro argumentou que há um espécie de "jogadinha" entre o Ministério Público e a emissora de televisão Globo. "A Globo ficou sabendo da quebra do sigilo do meu filho desde o ano passado. Pergunta para a Globo, é uma jogadinha, entre o Ministério Público do Rio de Janeiro com a Globo. É a jogadinha, quebraram o sigilo bancário dele desde o ano passado e agora para dar um verniz de legalidade quebraram oficialmente o sigilo dele e mais, se eu não me engano, 93 pessoas. Nossa senhora, tem uma Lava Jato aí. Vai fundo, vai fundo”, denunciou o presidente.