Após efetuar a prisão de um comerciante que filmava funcionárias e clientes dentro do banheiro de uma loja de produtos naturais, no bairro de Casa Caiada, em Olinda, o delegado Gilmar Rodrigues falou sobre a soltura do empresário. De acordo com ele, as leis no Brasil são brandas e permite que pessoas que cometem esse tipo de crime respondam em liberdade.
"A lei diz que crimes com até 4 anos de reclusão são afiançáveis. Na delegacia, foi arbitrada a fiança de R$ 5 mil e ele tinha o dinheiro para pagar. Então, fazer o quê?", comentou o delegado, completando: "Temos que separar o que é justo e o que é legal. O crime é repugnante, nojento, tudo de ruim, mas a lei diz que cabe fiança".
De acordo com Gilmar Rodrigues, agora, a polícia vai correr atrás e pedir a prisão preventiva do comerciante, de 46 anos. "Vamos aguardar que o Ministério Público dê um parecer favorável e que a justiça decrete a prisão preventiva dele. A gente vai correr atrás disso".
Depoimento
O delegado Gilmar Rodrigues, que conduziu a investigação que terminou com a prisão do comerciante, deu detalhes sobre o depoimento do empresário. Em sua defesa, ele contou que tudo não passava de uma armação das funcionárias.
"Ele (o comerciante) é esperto, diz que é uma armação da funcionária contra ele. Mas as vítimas são funcionárias e clientes. São mais de dez clientes, que vão lá e ele faz isso. As clientes nem sabiam, nem conhecem ele direito, não tem como ser armação", pontuou.
Flagrante
Na tarde da última terça-feira (18), o comerciante foi flagrado com vários videos de funcionárias e clientes usando o banheiro do estabelecimento que ele comandava. O homem instalou uma câmera no local e armazenava tudo no computador pessoal.
Os 36 vídeos foram encontrados por uma funcionária da loja, que contou que achou a pasta após precisar usar o computador. "Quando eu vi a minha amiga, fiquei revoltada e comecei a me tremer. Tentei enviar para ela, mas não consegui. Depois, voltei com o celular e filmei da tela do computador", contou.
O comerciante foi autuado em flagrante por assédio sexual e ato obsceno e vai responder pelos crimes em liberdade.