Apreensão

Maria Farinha: suspeitas de matar adolescente dizem motivo do crime

Depois de 5 horas de depoimento, o delegado precisou encerrar as ouvidas, porque as adolescentes estavam agressivas

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 26/06/2019 às 8:20
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Já estão na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) as adolescentes apreendidas suspeitas de assassinar uma menina de 14 anos na praia de Maria Farinha, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. A garota foi esfaqueada, teve a cabeça batida contra uma pedra e ainda foi afogada.

O corpo da vítima foi deixado na beira da praia, no Pontal de Maria Farinha, próximo a uma edificação abandonada. A vítima estava usando o uniforme de uma escola municipal do Recife.

>> Adolescentes matam menina de 14 anos e filmam tortura em Maria Farinha

>> 'Isso não se faz nem com bicho', diz mãe de adolescente morta em praia

>>Pai de adolescente morta em Maria Farinha soube do caso vendo vídeo em lanchonete

Crime filmado

Em um vídeo de oito minutos, que foi parar nas redes sociais, a menina aparece sendo agredida com socos e puxada pelos cabelos. Depois, as suspeitas tentam afogá-la várias vezes. A adolescente ainda tem a cabeça empurrada contra uma pedra e, por último, recebe da pessoa que faz a filmagem, diversos golpes de faca na nuca.

Na gravação, ainda é possível ouvir o momento em quem uma mulher chega, após o crime, e fala que vai chamar a polícia.

As suspeitas

Segundo a polícia, as responsáveis pela morte da menina, seriam duas adolescentes de 15 anos. Elas foram apreendidas na praia e encaminhadas para a Delegacia de Maria Farinha. De acordo com o delegado, durante um depoimento informal, as adolescentes relataram que elas tinham um envolvimento amoroso e a morte teria acontecido por causa de uma possível traição.

O delegado do caso disse ainda que elas gravaram o vídeo com o propósito de divulgar o que tinham feito.

Ainda segundo o delegado, as adolescentes que já tem passagens pela Funase e estavam sob efeito de drogas. Em nota, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) informou que uma das adolescentes de 15 anos já havia passado pelo sistema socioeducativo, tendo cumprido medida de semiliberdade em 2018. Já a outra adolescente, também de 15 anos, chegou a dar entrada na instituição em 2017, mas, após um período de internação provisória, que dura até 45 dias, recebeu sentença da Justiça determinando o encaminhamento para a liberdade assistida, que é cumprida sem qualquer vínculo com a Funase.

A instituição reforçou que o índice de reincidência dos jovens atendidos no sistema socioeducativo em Pernambuco caiu mais de 20 pontos percentuais nos últimos dois anos, passando de 61,84%, em 2016, para 40%, em 2018. "Significa que seis de cada dez adolescentes não voltam a cometer atos infracionais após deixarem a fundação. A Funase trabalha para seguir melhorando esses indicadores, por meio do fortalecimento de eixos como a educação profissional. Só no ano passado, 2.207 socioeducandos foram incluídos em cursos profissionalizantes, o que se reverte em maiores oportunidades de reintegração social e inserção no mercado de trabalho", escreveu a Funase em nota.

#UmaPorUma

Existe uma história para contar por trás de cada assassinato de mulher em Pernambuco. O especial Uma por uma contou todas. Em 2018, o projeto mapeou onde as mataram, as motivações do crime, acompanharam a investigação e cobraram a punição dos culpados. Um banco de dados virtual, com os perfis de vítimas e agressores, além dos trágicos relatos que extrapolam a fotografia da cena do crime. Confira o especial Uma por Uma aqui.

>> As notícias mais quentes no momento no Radar NE10