BPC

Crianças com microcefalia fazem perícia para receber pensão no Recife

Benefício será concedido pelo governo federal, após aprovação de Medida Provisória

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 14/12/2019 às 12:50
Wellington Lima/TV Jornal
FOTO: Wellington Lima/TV Jornal

Uma perícia acontece neste sábado (14) com 170 crianças no Recife para que o Benefício de Prestação Continuada (BCP) seja transformado em pensão vitalícia. Para que isso ocorra, essas crianças vão passar por uma avaliação que acontece em uma agência do INSS na Rua Corredor do Bispo, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife.

Acompanhadas das mães, essas crianças também receberam a visita do ministro da Cidadania Osmar Terra. Ele esteve na agência do INSS, conversou com algumas mães e também com a imprensa para explicar a essa Medida Provisória do governo federal.

“O primeiro passo está dado. Antes era muito pior ficar dependendo do BPC. [Se] ela é diarista, consegue deixar a criança com alguém e vai trabalhar, a renda dela não aumenta porque ela perde o BPC. Nós estamos tratando aqui é de uma questão crucial. É a primeira vez, desde o período da Talidomida, 60 anos atrás, 50 anos atrás, que o governo assume uma pensão vitalícia para famílias. O valor isso a gente vai discutir logo a médio prazo. Mas agora nós vamos garantir que ela não perca o benefício”, disse o ministro.

Germana Soares é presidente da União de Mães de Anjos e também mãe de uma criança com microcefalia, um menino de 4 anos de idade. Ela fala do que achou dessa nova medida e não concorda em alguns pontos com as novas regras. Germana também questiona que na Farmácia do Estado de Pernambuco faltam medicamentos para as crianças.

“Um dos principais anticonvulsivantes Abril, que é um remédio que a caixa só dura um mês e custa R$ 310. Então a família precisa arcar com isso, com este dinheiro do BPC que agora vai ser pensão. Aí você calcula: um salário mínimo de R$ 998 para pagar R$ 300, R$ 400 de aluguel, para comprar uma caixa de R$ 300 de remédio, leite, fralda e sustentar uma casa, porque a mãe para a vida para se dedicar a essa criança. A medida provisória foi um avanço na situação do governo admitir a sua culpa, entender que essa geração de crianças afetadas pelo Zika foi, sim, uma irresponsabilidade do Estado brasileiro, um descaso público, porém essa MP não vai melhorar em praticamente nada na vida das famílias”, disse.

O ministro passou cerca de meia hora fazendo a visita na agência do INSS e seguiu viagem para Brasília.