CORONAVÍRUS

Butantan inicia distribuição de 2º lote de vacinas contra covid-19 após aval da Anvisa

No último domingo (17), o instituto distribuiu 6 milhões de doses da CoronaVac.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 22/01/2021 às 19:10
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após nova autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial da vacina CoronaVac, o Instituto Butantan começou a distribuição do segundo lote do imunizante na tarde de hoje (22). Cerca de 900 mil doses foram liberadas.

>>>Avião com 2 milhões de doses da vacina contra covid-19 chega ao Brasil

Desse total, 200 mil doses foram levadas ao Centro de Distribuição e Logística da Secretaria da Saúde de São Paulo. Setecentas mil vão para a central de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

Esse segundo pedido à Anvisa trata de lote de vacinas envasadas pelo próprio Instituto Butantan, em frasco-ampola multidose, contendo dez doses em cada unidade. O processo foi inicialmente submetido à agência no último dia 18.

Segundo o governo do estado, as demais doses envasadas, rotuladas e embaladas no Butantan a partir de matéria-prima enviada da China serão liberadas tão logo passem pela inspeção de controle de qualidade do instituto.

No último domingo (17), o instituto distribuiu 6 milhões de doses da vacina CoronaVac. Com a segunda remessa, são 6,9 milhões de um total de 8,7 milhões de doses estabelecidas em cronograma firmado com o Ministério da Saúde para entrega até 31 de janeiro, conforme divulgou o estado. Até abril, o governo estadual afirma que o Butantan entregará 46 milhões de vacinas contra o novo coronavírus para todo o país.

O voo originário da Índia que trouxe 2 milhões de vacinas da AstraZeneca contra a covid-19 chegou por volta das 17h30 no Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado em Guarulhos.

>>>Vacina da AstraZeneca pode ser 90% eficaz contra covid, mostra teste

Para o recebimento da carga, estão presentes no local os ministro da Saúde Eduardo, Pazuello, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e das Comunicações, Fábio Faria.

De lá, as vacinas serão encaminhadas para o Rio de Janeiro.

Veja imagens

 

Astrazeneca - eficácia

A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou nesta segunda-feira (23) que sua potencial vacina contra o novo coronavírus pode ser em torno de 90% eficaz, sem nenhum efeito colateral grave, dando ao mundo mais uma ferramenta importante no combate à pandemia de covid-19.

A vacina, desenvolvida pela Universidade de Oxford, foi 90% eficaz na prevenção da doença quando administrada em meia dose e, pelo menos um mês depois, uma dose integral, de acordo com dados do estudo clínico em estágio avançado realizado no Reino Unido e no Brasil.

Nenhum efeito grave de segurança relacionado à vacina foi confirmado e ela foi bem tolerada em todos os regimes de doses, de acordo com os dados.

"A eficácia e segurança dessa vacina confirmam que ela será altamente efetiva contra a ccvid-19 e terá impacto imediato nesta emergência de saúde pública", disse Pascal Soriet, presidente executivo da AstraZeneca, em comunicado.

A farmacêutica terá 200 milhões de doses da vacina até o final deste ano, com 700 milhões de doses prontas globalmente até o fim do primeiro trimestre de 2021, disse a executiva de operações da empresa, Pam Cheng, nesta segunda.

A eficácia da vacina dependeu da dosagem, e caiu para 62% quando aplicada em duas doses integrais em vez de meia dose na primeira inoculação. Os cientistas alertaram, no entanto, que esse fato não deve ser visto como indicação de que ela é menos útil do que as vacinas da Pfizer e da Moderna, que evitaram 95% dos casos, de acordo com dados preliminares dos testes em estágio avançado.

"Acho que é uma verdadeira tolice começar a tentar separar essas três (Pfizer/Moderna/Astra) com base em trechos de comunicados à imprensa sobre dados da Fase 3 (dos testes clínicos)", disse Danny Altmann, professor de imunologia do Imperial College de Londres.

"Para o cenário mais amplo, minha suspeita é que, no momento em que estivermos a um ano de agora, estaremos usando todas as três vacinas com cerca de 90% de proteção – e estaremos muito mais felizes."

Cientistas também disseram que a vacina da AstraZeneca pode ter vantagens. "O importante, pelo que ouvimos, é que a vacina evita a infecção, não apenas a doença. Isso é importante, porque a vacina pode reduzir a disseminação dos vírus, assim como proteger os vulneráveis de uma doença grave", disse Peter Horby, professor de saúde global e infecções emergentes na Universidade de Oxford.

A vacina

A vacina da AstraZeneca também pode ser distribuída mais facilmente porque pode ser mantida em temperatura de refrigerador, ao contrário dos imunizantes da Pfizer e da Moderna, que têm de ser armazenados congelados. Isso pode fazer a vacina da AstraZeneca mais fácil de transportar e de armazenar no mundo, particularmente em países mais pobres.