Pandemia

Bolsonaro diz que governadores devem pagar pelo auxílio emergencial, em crítica a medidas contra a covid-19

Governadores estudam e adotam medidas para combater disseminação da covid-19. Brasil chegou ao terceiro dia consecutivo com recorde no número de mortes.

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 27/02/2021 às 14:58 | Atualizado em 19/09/2022 às 7:30
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Governadores que adotaram novas medidas de isolamento social para frear as estatísticas de contágio do coronavírus foram criticados pelo presidente, Jair Bolsonaro.

Os números de contágio no país atingem o maior pico desde o início da pandemia.

O presidente afirma que governadores que adotarem medidas de restrição para frear a disseminação da covid-19 devem bancar o auxílio emergencial.

"A questão do vírus e o desemprego são dois problemas que devemos tratar de forma simultânea. Daqui para a frente, o governador que fechar seu estado, que acabar com o emprego, deve bancar o auxílio emergencial", disse em discurso em Caucaia (CE), nessa sexta-feira (26)

"Não pode continuar a fazer política e jogar para o colo do presidente da República essa responsabilidade", concluiu.

Contra o isolamento social

O presidente também chamou de "politicalha" o pedido de governadores para que as pessoas fiquem em casa.

"Essa politicalha do 'fique em casa, a economia a gente vê depois' não deu certo e não vai dar certo. Não podemos dissociar a questão do vírus e do desemprego", disse Bolsonaro.

Risco de colapso no sistema de saúde e restrições

Governadores de São Paulo, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, Piauí e Roraima, entre outros, adotaram medidas mais restritas de circulação nos estados diante do risco de colapso no sistema público de saúde.

Em Pernambuco, a partir deste sábado (27), até o dia 10 de março, serviços não essenciais estão proibidos de abrir, entre 22h e 5h, em todas as cidades.

O anúncio foi feito pelo governador Paulo Câmara, após o aumento no número de casos da covid-19 no Estado e em todo o país.

Recorde de óbitos

O Brasil teve seu terceiro dia consecutivo com recorde diário de mortes por covid-19, na média móvel de sete dias, nessa sexta-feira (26), de acordo com o painel Monitora Covid da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Foi registrada a média móvel de 1.152 óbitos, maior número, desde o início da pandemia, acima dos 1.148 do dia anterior e dos 1.123 de quarta-feira (24).

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Número de casos

Os casos, também segundo a média móvel de sete dias, chegaram a 53.422 por dia, 17,5% acima do número de 14 dias antes (45.470) e 4% acima dos casos diários de um mês antes (51.356).