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PEC Emergencial: com limite de valor, proposta que viabiliza auxílio emergencial é aprovada em 1º turno no Senado; entenda o que falta

PEC Emergencial possibilita o retorno do auxílio emergencial, em 2021. Confira o que mudou e o próximo passo para a volta do benefício

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 04/03/2021 às 7:34 | Atualizado em 20/01/2023 às 9:27
Welington Lima/JC Imagem
FOTO: Welington Lima/JC Imagem

O Senado aprovou na noite dessa quarta-feira (3), em primeiro turno, a PEC Emergencial, que deve possibilitar o pagamento de uma nova rodada do auxílio emergencial, em 2021.

Depois de dias de discussão em plenário e negociações nos bastidores, o relator da matéria, Márcio Bittar (MDB-AC), chegou a um texto que, se não obteve unanimidade, conseguiu apoio da maioria.

A votação do segundo turno da PEC Emergencial foi convocada para esta quinta-feira (4) às 11h.

Votação da PEC Emergencial

O texto-base da PEC foi aprovado por 62 senadores e teve 16 votos contrários no primeiro turno. Após a aprovação em segundo turno, a PEC segue para análise da Câmara dos Deputados.

O texto cria mecanismos de ajuste fiscal, caso as operações de crédito da União excedam as despesas.

Ele também possibilita o pagamento do auxílio emergencial com créditos extraordinários sem ferir o teto de gastos públicos.

O gasto com o auxílio também não será afetado pela chamada “regra de ouro”, um mecanismo que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas correntes.

O governo estuda retornar com o auxílio emergencial, em 2021, em forma de quatro parcelas de R$ 250 ainda este mês.

Evitar gasto excessivo

Bittar acrescentou nessa quarta-feira (3) ao relatório mais uma “trava” para evitar um gasto excessivo com o auxílio emergencial.

O relator limitou a R$ 44 bilhões o valor disponível para pagamento do auxílio emergencial.

“Na redação anterior não constava tal limite, o que poderia trazer incertezas quanto à trajetória fiscal, com prejuízos ao ambiente econômico”, disse o senador em seu relatório.

O relator também fixou o prazo de vigência das medidas de ajuste fiscal previstas na PEC para enquanto durar a situação de calamidade pública.

“Considero pertinentes as sugestões de que a persistência das vedações fiscais do Artigo 167-G seja mantida apenas durante a situação de calamidade pública de âmbito nacional e não estendida além do seu término”.

As medidas de ajuste fiscal mantidas no texto incluem gatilhos de contenção de gastos para a União, os estados e os municípios.

Na esfera federal, sempre que a relação entre as despesas obrigatórias sujeitas ao teto de gastos e as despesas totais supere 95%, os três poderes e o Ministério Público proibirão aumentos de salário para o funcionalismo.

Eles também proibirão a realização de concursos públicos, criação de despesas obrigatórias e lançamento de linhas de financiamento ou renegociação de dívidas.

Auxílio Emergencial separado

Durante a sessão, os senadores votaram um requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que separava o auxílio emergencial das medidas de ajuste fiscal, fatiando a PEC em duas propostas diferentes.

Vieira via no auxílio emergencial uma urgência necessária na votação; urgência que não considerava ser a mesma nos trechos referentes ao ajuste fiscal.

Álvaro Dias (Podemos-PR), Leila Barros (PSB-DF), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Zenaide Maia (Pros-RN) e Rogério Carvalho (PT-SE), dentre outros, apoiaram o requerimento de Vieira.

Para eles, as matérias referentes ao ajuste fiscal devem ser discutidas com mais tempo e a urgência do auxílio emergencial não deveria ser usado para apressar a aprovação de tais matérias.

O requerimento, no entanto, não obteve votos suficientes e foi rejeitado.