A mulher trans de 40 anos queimada viva no Cais de Santa Rita, no centro do Recife, teve 40% do corpo queimado. De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital da Restauração (HR), a vítima sofreu lesões no tórax, abdômen, mãos e braços.
A mulher ainda não teve o nome revelado e, por respeito à identidade de gênero dela, a nossa reportagem não vai divulgar o nome de batismo.
Até a manhã desta sexta, nenhum parente da vítima havia se apresentado à assessoria de imprensa do hospital.
Segundo a assessoria do HR, a mulher passou por um procedimento cirúrgico para fazer uma raspagem no corpo, em função dos machucados provocados pelo fogo. Na manhã desta sexta-feira (25), ela está internada na unidade de tratamento de queimados do HR.
O estado de saúde é considerado estável, mas inspira cuidados. A equipe do hospital explicou à reportagem do site da Rádio Jornal que, normalmente, vítimas de queimaduras precisam ser acompanhadas para descobrir se o fogo provocou lesões no sistema respiratório.
A mulher agredida não está precisando de aparelhos para respirar.
Entenda o caso
A violência aconteceu na madrugada da quinta-feira (24). De acordo com as investigações, o fogo foi ateado por um adolescente. O rapaz foi apreendido e levado para a delegacia.
Nas redes sociais, a deputada estadual Robeyoncé Lima cobrou atenção ao caso.
"Hoje, uma travesti foi queimada viva em Recife, no Cais de Santa Rita, e ninguém está falando sobre isso. Mais uma de nós agredida com crueldade e ninguém liga. Violência contra nós virou algo corriqueiro e sem ser merecedor de empatia", disse.
A violência aconteceu exatamente no mês de junho, quando a comunidade comemora o orgulho LGBTQIA+ e pede o fim da homofobia.