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Morre segundo bebê de adolescente de 15 anos; família acredita em erro médico em maternidade no Recife

Os parentes da adolescente de 15 anos registraram um boletim de ocorrência no Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 16/07/2021 às 12:52 | Atualizado em 30/06/2022 às 17:29
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

O segundo bebê de uma adolescente de 15 anos teve a morte confirmada nesta sexta-feira (16). Segundo o pai da criança, a companheira dele estava na 24° semana de uma gestação de gêmeos.

Os familiares denunciam que houve erro médico no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e, em seguida, a bolsa estourou.

Uma das crianças morreu cerca de 1h30 depois do parto, ocorrido na última quarta-feira (14), e a outra estava na incubadora, mas não resistiu. 

De acordo com a advogada Alessandra Mota, da Associação Braço Forte, que dá apoio aos pais dos gêmeos falecidos, os parentes registraram um boletim de ocorrência no Departamento de Polícia da criança e do Adolescente (DPCA).

A única lembrança que o pai, auxiliar de serviços gerais, de 18 anos, vai ter de um dos filhos são as marcas em um papel dos dois pés e da mão do bebê, entregue pelos médicos do hospital.

Na carta, escrita a mão, dizia o seguinte: ''nasci antes do tempo, meu corpo e meus órgãos não estavam prontos para essa vida.''

Relembre o caso

Após o parto, a adolescente permaneceu internada no Cisam, que fica no bairro da Encruzilhada, na Zona Norte do Recife. Por volta das 7h, do dia 14 de julho, ela começou a passar mal.

O pai das crianças informou que, antes do parto, a namorada foi submetida a algo que ele classificou como um show horrores.

Ele está no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, no bairro de Santo Amaro, para a liberação do corpo do bebê.

Nota do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) na íntegra:

Paciente deu entrada no serviço com trabalho de parto prematuro, gestação gemelar no curso de 24 semanas, (ou seja, prematuridade extrema, com 97% de chances de não sobreviver), com bolsa rota.

Medidas terapêuticas adotadas, em conformidade com os protocolos obstétricos, inibição do trabalho de parto para uso de corticoides, com finalidade de contribuir com a maturidade pulmonar.

Durante a evolução do trabalho de parto, apresentou procidência de membro superior, indicado cesariana de urgência, com nascimento de G1 vivo com 665gr, G2 730gr que em seguida veio a óbito, que está em posição transversa.

Bebês prematuros extremo têm sobrevida reservada. Nos colocamos a disposição para qualquer esclarecimento. Diretoria do CISAM/UPE