PANDEMIA

A pedido de Bolsonaro, Ministério da Saúde estuda possibilidade de desobrigar o uso de máscaras

'Presidente me pediu que eu estudasse o assunto, a área técnica do ministério está fazendo estes estudos', disse Queiroga

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 25/08/2021 às 17:30 | Atualizado em 04/04/2022 às 15:50
Valter Campanato/ Agência Brasil
FOTO: Valter Campanato/ Agência Brasil

Nesta quarta-feira (25), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga disse que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a pasta está estudando a possibilidade de desobrigar o uso de máscaras, equipamento fundamental para a prevenção do contágio pelo novo coronavírus (covid-19).

De acordo com o ministro, Bolsonaro é grande defensor das liberdades individuais e comparou o uso da medida de proteção contra a covid-19 a mutar e silenciar as pessoas.

"A recomendação do Ministério da Saúde têm sido de conscientizar as pessoas e não ficar mutando (silenciando) as pessoas. Não queremos criar imposições para as pessoas. Queremos cada um dos brasileiros aliados ao Ministério da Saúde para que consigamos vencer a pandemia. Não adianta só ficar mutando uma pessoa específica, as condutas têm de ser insonômicas", disse Queiroga durante evento promovido pela XP Investimentos.

Variante Delta

Apesar das críticas ao uso do equipamento, Queiroga destacou que o avanço da variante Delta é motivo de incerteza sobre a desobrigação do uso de máscaras.

Segundo o ministro, a área técnica do Ministério da Saúde estuda primeiro a desobrigação do equipamento em áreas ao ar livre e depois em ambientes fechados.

"Presidente me pediu que eu estudasse o assunto, a área técnica do ministério está fazendo estes estudos. Naturalmente que a desnecessidade do uso de máscaras depende do cenário epidemiológico, o número de pessoas vacinadas", afirmou o ministro.

>>Com shows marcados para os próximos meses em Pernambuco, qual a máscara mais indicada para me proteger contra a covid-19? E a mais segura? Médico explica

Queiroga ressaltou, no entanto, que outros países tentaram flexibilizar o uso de máscaras tiveram que voltar atrás com a medida devido ao avanço da variante delta da covid-19.

"Vamos trabalhar não só para dar as respostas que o presidente da República solicita do Ministério da Saúde, mas sobretudo para tomar condutas que sejam seguras, que possam fazer com que essa pandemia tenha fim", concluiu.

Para o ministro, o papel da pasta é de passar uma "palavra de serenidade à sociedade" e não ficar fazendo previsões catastróficas sobre o sistema de saúde.

"O Ministério da Saúde não pode ser um problema", pontuou o ministro.

Qual a diferença entre as máscaras?

Máscaras de tecido: são aquelas produzidas artesanalmente em casas ou confeções com materiais não médicos, como tecido, malha ou retalhos. É o tipo mais visto nas ruas, variando muito em forma, cor, material e estilo.

Elas podem ser lavadas e reutilizadas. Se você quer saber o modo correto de produção e higienização dessas máscaras caseiras, acesse esta orientação da ANVISA ou nosso post sobre isso.

Máscara cirúrgica: produzida industrialmente com materiais específicos e descartáveis, a máscara cirúrgica é normalmente utilizada por profissionais de saúde durante procedimentos. Ela apresenta como diferenciais:

um material que filtra partículas menores que os tecidos comuns;a presença de um arame que permite uma melhor adequação ao contorno da área do nariz, minimizando frestas e aumentando a proteção.

Máscara N95: também são produzidas em nível industrial para profissionais de saúde. Elas buscam oferecer a melhor proteção contra aerossóis, as menores partículas respiratórias possíveis para a transmissão dos vírus.

Durante procedimentos médicos, como intubações, elas são eliminadas em grande quantidade. Por isso, é necessária essa proteção maior.

Para isso, elas têm várias camadas de diversos materiais, além de serem muito anatômicas, de modo a minimizar ao máximo os espaços por onde o ar poderia passar sem ser filtrado.

Elas são as mais caras de serem produzidas e estão em falta até mesmo para profissionais de saúde.