Reportagem em atualização
O presidente da República, Jair Bolsonaro, participou da cerimônia de abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas na manhã desta terça-feira (21), em Nova York.
Em discurso de aproximadamente 20 minutos, Bolsonaro atacou a imprensa, disse que o Brasil estava "à beira do socialismo", defendeu a família tradicional, criticou governadores e prefeitos na administração da pandemia, voltou a defender tratamento sem eficácia contra a covid-19 e questionou países que seguem a Ciência.
Ataques à imprensa
Logo no início do discurso no encontro, que tradicionalmente reúne líderes em busca de acordos globais pela paz, Bolsonaro sugeriu que a imprensa mente e disse que ia apresentar um Brasil "diferente" do que é retratado em jornais e na televisão.
Mais tarde, no final do discurso, ao defender tratamentos sem eficácia contra a covid-19, disse "não entender" por que a mídia e alguns países não fazerem o mesmo.
Pandemia
O presidente também separou boa parte do discurso para defender tratamento precoce contra a covid-19, sem apresentar nenhum estudo que comprove a eficácia da tese defendida.
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Ao contrário, no entanto, várias pesquisas já provaram que medicamentos como cloroquina e ivermectina não auxiliam no combate à covid-19. Ele também criticou o isolamento social e disse que lockdown causou aumento da inflação em todo o mundo.
Auxílio emergencial
No discurso, Bolsonaro também falou sobre o auxílio emergencial que o governo brasileiro, com apoio do Congresso Nacional, tem pagado a milhares de famílias, que sofreram os efeitos econômicos da pandemia.
"Brasil à beira do Socialismo"
Apesar de ter sido precedido pelo governo do presidente Michel Temer, que ficou conhecido por restringir programas sociais, aos membros da ONU, Bolsonaro defendeu uma tese de que o Brasil estaria "à beira do socialismo", antes de seu governo subir ao poder.
Ele também criticou empréstimos do Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a países comandados por líderes de esquerda, feitos antes de seu governo.
Aceno a investidores internacionais
Apesar de fazer críticas a líderes de esquerda, à imprensa, defender tratamentos sem eficácia contra a covid-19 e dando de ombros às pesquisas mais recentes que mostram a queda de popularidade de seu governo, Bolsonaro também tentou acenar para investidores internacionais.
No discurso, sem apesentar dados, disse que o país recuperou a credibilidade com outras nações. Ele também disse que o país tem tradição no respeito a contratos e grande mercado consumidor.
Confira o discurso de Bolsonaro na ONU