VIOLÊNCIA

Sete crianças foram baleadas só este ano na RMR, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado

A triste estatística faz parte de um levantamento divulgado nesta segunda-feira (11), em plena véspera do dia das crianças

Fabiani Vieira Assunção
Fabiani Vieira Assunção
Publicado em 12/10/2021 às 0:00 | Atualizado em 11/07/2022 às 0:02
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O Dia das Crianças poderia ser um momento de celebração, mas, para muitas famílias na Região Metropolitana do Recife (RMR), não há muito o que comemorar.

Em três anos, 33 crianças foram baleadas e cinco delas morreram na RMR. Só este ano, de 2021, sete foram feridas com arma de fogo no Grande Recife, como mostra o recente levantamento do Instituto Fogo Cruzado.

Glaucia Rosimeri da Silva é um dos retratos de quem sofreu os efeitos da violência armada. "É muito triste, você não sabe a dor que eu estou sentindo.

Minha única neta, minha primeira e única neta", lamentou a avó. Lorena Letícia dos Santos, de 2 anos, foi assassinada no dia 7 de julho, no colo do padrasto e na presença da mãe, no terminal de ônibus da Cidade Universitária, no Recife.

Assim como Lorena, a maioria dos pequenos baleados este ano acompanhavam os pais ou responsáveis, que eram os verdadeiros alvos dos disparos.

Dos sete casos, quatro foram baleadas durante tentativas de homicídio; duas saíram feridas de roubos e tentativa de roubo e uma foi vitimada num conflito entre grupos armados.

Em 2019, entre os dias 1º de janeiro e 12 de outubro, foram nove vítimas e, em 2020, neste mesmo período, 10 crianças foram atingidas por projéteis.

A violência contra crianças ainda é muito alta no Estado, mesmo os dados mostrando que, este ano, foram menos vítimas com idade abaixo de 12 anos. Para se ter uma ideia, em 2018, quando o Instituto Fogo Cruzado chegou a Pernambuco, foram cinco crianças baleadas entre 1º de abril e 31 de dezembro.

Sobre o Fogo Cruzado

O Instituto Fogo Cruzado produz mais de 20 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife (com previsão de ampliar em breve para mais cidades brasileiras).

A instituição usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada.

Por meio de um aplicativo de celular, a plataforma recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, que são checadas em tempo real e disponibilizados no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina. O acesso é gratuito.