Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) leu uma suposta notícia informando que as pessoas que estão completamente imunizadas estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) "muito mais rápido que o previsto”.
A live do presidente ocorreu na última quinta-feira (21), um dia após a leitura do relatório final da CPI da Covid, que pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro por nove crimes em função de sua conduta durante a pandemia.
Os médicos mais especializados no assunto do país já desmentiram a hipótese levantada pelo presidente. Clique aqui e entenda porque a fala do presidente é mentirosa.
Vídeo em que Bolsonaro relaciona a vacinação contra a Covid-19 com a AIDS
Na live, Bolsonaro afirma que dará uma notícia grave enquanto pega uma espécie de jornal. Ele diz que não fará comentários a respeito, mas cita que já falou do assunto no passado. Confira o vídeo:
VÍDEO: Bolsonaro espalha fake news de site de teoria da conspiração dizendo que pessoas que tomam as duas doses desenvolvem AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) “muito mais rápido” 15 dias depois. pic.twitter.com/Xl2MoJ4Qas
— Matheus Agostin (@matheusagostin) October 22, 2021
"Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados - aqueles com 15 dias após a segunda dose - estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto. Recomendo que leiam a matéria. Não vou ler aqui porque posso ter problemas", disse o presidente.
Nota do Comitê de HIV/AIDS da SBI
O Comitê de HIV/AIDS da SBI disse que "não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a COVID-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida".
Por meio de nota, o Comitê também esclareceu que pessoas que vivem com HIV/AIDS devem ser completamente vacinadas contra a Covid-19.
"Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias. Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente", diz o texto, endossado pela Associação Médica Brasileira (AMB).