O Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene), localizado no bairro da Boa Vista, área central do Recife, teve o banco de cordões umbilicais interditado após serem encontradas irregularidades no processo de controle da temperatura do material genético. A Agência Pernambucana de Vigilância sanitária (Apevisa), afirmou que a denúncia partiu das redes sociais e de uma ex-funcionária que trabalhava no departamento.

Os relatórios obtidos pela Apevisa desde outubro do ano passado mostram que o tanque de nitrogênio registrava 14 e 16 graus, quando o indicado é 150 graus abaixo de zero. De acordo com o Gerente Geral da Agência, Jaime Brito, a utilização desse material é um perigo, pois quando armazenado em temperatura incorreta, ele se torna tóxico.

Ainda de acordo com Jaime Brito, um parecer técnico da Anvisa considerou que os 1.843 cordões umbilicais do Ihene não poderiam ser mantidos, porque se fossem utilizados poderiam ocasionar a morte do paciente. O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). As promotorias de Defesa da Saúde e do Consumidor analisam em conjunto o processo e os danos causados às pessoas, que pagavam cerca de R$3 mil para manter o material genético preservado.

“Vamos continuar as investigações, inclusive para ver as condições do local”, afirma a promotora da saúde, Ivana Botelho. O Ihene tem, a partir de agora, 20 dias para apresentar uma defesa à vigilância sanitária, explicando o problema levantado.