Perigo

HR: 65% de pacientes queimados são vítimas do uso de álcool na cozinha

TV Jornal
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Publicado em 16/05/2018 às 8:17

-Reprodução/TV Jornal

Diante do aumento do preço do gás em todo o país, hoje custando, em média, R$ 80, a alternativa para muitos consumidores é utilizar lenha, carvão e álcool para os afazeres domésticos. O problema é que essa combinação é extremamente perigosa. Desde janeiro deste ano, 65% dos pacientes internados no setor de queimados no Hospital da Restauração, no centro do Recife, foram vítimas de queimaduras no corpo provocada pelo uso de álcool na cozinha.

Gildézio Almeida Cavalcante, de 37 anos, foi uma dessas pessoas que precisou ser socorrida no hospital. Ele foi internado no dia 07 de maio com mais de 40% do corpo queimado. Enquanto usava o álcool para cozinhar, por um descuido deixou a substância cair pelo corpo. “Quando ele atingiu o meu peitoral eu peguei fogo, pareci uma ‘tocha humana’”, explica.

De acordo com a direção do HR, o número tem baixado nesses dois últimos meses, mas ainda estão bastante presentes e associados à mistura do álcool na cozinha.

Aumento do preço

Nos últimos dois meses, o preço do gás de cozinha subiu quase 68%. De acordo com o chefe do setor de queimados do HR o médico Marcos Barreto, essa pode ter sido a causa de tantos casos de queimados no hospital. “Atendemos recentemente o caso de uma avó, uma mãe e uma filha, todas estavam na cozinha e no local tinha uma depósito de 2L de álcool. Isso é muito perigoso, pode causar uma grande explosão e ainda levar direto ao óbito”, explica.

Segundo ele, este tipo de acidente está ainda mais associado à pessoas de baixa renda, que substituem o gás butano por uma “gambiarra”. Esse tipo de acidente, quando não mata, deixa sequelas permanentes.