Há 20 anos aconteceu o segundo caso registrado de ataque de tubarão na orla de Pernambuco. A vítima, Charles Veras, estava praticando surfe na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, quando foi atacado no ano de 1993. Agora com 34 anos, o representante comercial guarda a cicatriz na perna. Seis anos após o incidente, na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, o auxiliar jurídico Charles Pires teve as duas mãos mutiladas também em um ataque. A vítima mais recente de um caso semelhante foi a turista paulista de 18 anos, Bruna da Silva Gobbi, que estava passando as férias no Recife. Ela foi atacada na última segunda-feira (22), quando estava tomando banho de mar na praia de Boa Viagem, com os primos. A jovem foi socorrida e teve uma perna amputada, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no mesmo dia.
Os sobreviventes aos ataques ainda lidam com as sequelas e cicatrizes deixadas pela forte e infeliz experiência. Eles aprendem a contornar os traumas passados e encaram as próprias histórias como um lembrete do perigo que muita gente parece não ver.
De acordo com o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes de Tubarão (Cemit), ocorreram 59 ataques de tubarão nos últimos 21 anos. Desses, 23 acabaram em morte. Bruna foi a 24ª e a primeira mulher. A maioria dos ataques ocorrem em dias de lua cheia e maré alta, e 41 das vítimas tinham entre 14 e 25 anos.
Apesar das estatísticas e das placas de sinalização espalhadas pelo litoral, várias pessoas se arriscam diariamente a tomar banho de mar. O engenheiro de pesca Bruno Pantoja reforça as orientações e diz que os tubarões podem atacar qualquer pessoa até em situações menos prováveis, como em áreas rasas do mar.
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