Quem passa pela Agência do Trabalho, na Rua da Aurora, no Centro do Recife, percebe que a fila que se forma todos os dias na frente do local tem crescido nos últimos anos. A maioria é de desempregados, que perderam os empregos em 2016 e, até agora, não conseguiram uma vaga no mercado de trabalho. Especialistas acreditam que esse cenário de desemprego deve continuar aumentando até 2018.
Um levantamento feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, este ano, a previsão é que um a cada três desempregados no mundo seja brasileiro. O relatório também aponta o crescimento da taxa de desemprego do país de 11,5% para 12,4%, ou seja, em 2017, o número de pessoas sem emprego vai subir de 12,4 milhões para 13,6 milhões. Entre os setores que foram e que devem ser os mais atingidos são o do comércio e o da contrução civil.
Elvira Ketlen, que estava na fila da agência do trabalho, estava procurando uma vaga de emprego no comércio, quando o marido dela também ficou desempregado. A família tem passado momentos de dificuldades e sustentar a filha de 1 ano do casal tem sido um grande desafio. "A minha mãe ajuda ficando com ela, mas e o dinheiro para comprar alimentação? Nem sempre ela pode ajudar", disse.
Segundo o economista, Jorge Jatobá, a crise atingiu todos os setores e pessoas de vários níveis de instrução. Mas foram as pessoas menos escolarizadas que mais sofreram com a crise. Ainda de acordo com ele, as empresas ainda vão demorar a contratar. "A economia brasileira deve começar a se reerguer no segundo semestre deste ano, mas, mesmo assim, as empresas vão ter mais cautela para contratar por que ainda estão receosas com a crise. Só em 2018, que as admissões devem acontecer em maior número", completou.