Justiça

Pais de fisioterapeuta assassinada em flat prestam depoimento no DHPP

TV Jornal/ Reportagem de Silvia Oliveira
TV Jornal/ Reportagem de Silvia Oliveira
Publicado em 08/04/2017 às 8:14

-Reprodução/TV Jornal

A sede de justiça move os pais da fisioterapeuta Mirella Sena a seguir em frente. Nessa sexta-feira (7), Suely e Wilson Araújo prestaram depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) durante quase quatro horas, contribuindo com informações que podem robustecer o inquérito policial do assassinato da filha e que aponta o comerciante Edvan Luiz da Silva, de 32 anos, como o autor do crime.

"Não queremos vingança, mas queremos justiça para que não aconteça o mesmo com outras mulheres", desabafou a mãe de Mirella ao deixar a sede do DHPP. Ela falou do espírito guerreiro da filha, que combatia qualquer tipo de violência contra a mulher e que estimulava manifestações contra esse tipo de crime. "Eu ouvi ela dizer no meu ouvido ontem para não calar, para protestar e eu faço isso por ela e por outras mulheres que considero filhas", disse Suely.

O pai, quase sem conseguir falar, disse que estava com o coração dilacerado, mas pediu justiça e punição ao responsável pelo crime. "É muito duro saber que minha filha gritou por socorro e eu nada pude fazer", disse ele.

Uma amiga de Mirella também foi ouvida em depoimento nessa sexta-feira. A personal trainer Bárbara Fabrício disse que Mirella sempre compartilhava informações com as amigas e com a mãe e que jamais havia mencionado qualquer tipo de assédio por parte do vizinho, suspeito do crime.

Bárbara lembrou ainda que Mirella repudiava atitudes machismo e havia mencionado isso na última postagem que fez nas redes sociais. A amiga convocou a população para participar de um ato em protesto contra a violência intitulado #SomosTodosMirella, marcado para o próximo domingo (9), às 10 horas, em frente ao Hotel Golden Tulip, na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

Inquérito

De acordo com o delegado Francisco Océlio, responsável pelo caso, o inquérito deve ser concluído até a próxima quarta-feira. Ele ainda pretende ouvir o depoimento da esposa do suspeito e aguarda os resultados do exame sexológico da vítima, que poderá apontar se ela foi estuprada; o tanatoscópico, que revela a causa da morte; e o traumatológico de Edvan Luiz da Silva, que pode explicar os arranhões que ele tinha nos braços.