Os pais de crianças que lutam contra a Leucemia em Pernambuco estão preocupados com uma substituição realizada pelo Governo do Estado. Segundo eles, há cerca de 1 ano o Ministério da Saúde trocou a medicação específica vinda da Alemanha por outra similar da China, que não teria a eficácia testada.
"As notícias que a gente recebeu é que a Asparaginase (nome do medicamento) chinesa não tem eficiência e sim problemas que a outra não tem, porque ela tem um índice de impureza e ineficiência maior", contou a médica Juliane Alencar, que é uma das 450 mães que estão preocupadas com a troca.
A dificuldade se torna ainda maior para os parentes que não têm condições de arcar com o preço do antigo remédio. "Lá em casa são só dois salários mínimos e não temos condições nenhuma. Complica muito porque minha filha ainda vai precisar fazer uso dessa medicação", contou a dona de casa Raíza Fernandes, mãe de Maria Cecília, de 1 ano e seis meses, que também é vítima da doença.
"Todos nós estamos condenando o uso de uma medicação sem a eficácia comprovada. Com isso, podemos estar colocando em risco gravemente o sucesso do tratamento", contou o oncologista pediátrico Tadeu Calheiros.
Resposta
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que o laboratório alemão, que fornecia o medicamento, se declarou impossibilitado de fazer o abastecimento dos estoques. Diante disso, foi feita uma nova licitação, na qual o laboratório chinês ganhou da concorrência. Ainda segundo a nota, nove estados utilizam o medicamento e até agora não houve nenhum efeito diferente do esperado. A nota concluiu dizendo que a compra do remédio seguiu todos os protocolos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).