Animais

Falta de exames prejudica atendimento no Hospital Veterinário

TV Jornal
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Publicado em 16/06/2017 às 15:01

-Reprodução/TV Jornal

Nesta sexta-feira (16), o portão do Hospital Veterinário do Recife, no bairro do Cordeiro, estava aberto e poucas pessoas procuraram atendimento. Situação bem diferente da denunciada por meio de vídeos divulgados em redes sociais, na última terça-feira (13). As imagens mostram o portão fechado e um cachorro convulsionando do lado de fora. Em outro vídeo, várias pessoas tentam entrar e um menino chora com o cachorro morto sem conseguir atendimento.

A universitária Maria Eduarda Barros estava na unidade na última terça e enfrentou dificuldades para conseguir uma consulta. “Cheguei por volta das 14h e o portão estava fechado. Depois de uma hora, o veterinário veio e avaliou meu cachorro pelo portão. Só então entramos e formos atendidos”, relatou.

Dona Ivanilda trouxe a cadela para uma consulta marcada depois de três dias de tentativas de agendamento pelo telefone. “Consegui, mas é preciso ter disponibilidade para ficar tentando”, contou. A cadela dela foi atendida no horário marcado, mas a situação não foi resolvida, porque ela machucou a pata e precisa de um Raio X, que não é feito aqui. "Eles (funcionários) explicaram que tem um problema com a Celpe e o aparelho não pode ser ligado”, disse a dona de casa.

Capacidade

O hospital foi inaugurado na última segunda-feira (12) com a promessa de fazer 2.200 procedimentos por mês, incluindo 70 consultas diárias e 35 exames de raio x. Pelo cronograma da Secretaria Executiva de Direitos dos Animais (Seda), exames laboratoriais só serão oferecidos a partir de setembro, e os mais complexos, como ultrassonografia, em novembro. O problema é que nem o raio x esta sendo feito. Com essa pendência dificilmente um animal sai com um diagnóstico fechado. A maioria tem que fazer os exames particulares e retornar.

Foi assim com Maria Eduarda na terça-feira. O cachorro dela precisou de um exame de sangue que custou caro. “Paguei R$ 340,00 e não esperava esse gasto. Se não tivesse cartão de crédito não sei como faria”, comentou.

Contraponto

De acordo com o secretário executivo de Direitos dos Animais, Robson Melo, na primeira semana o número de atendimentos superou as expectativas, e para ele a falta dos exames não compromete o serviço. Sobre o vídeos que mostram o portão fechado e cachorros agonizando do lado de fora, ele diz que foram casos pontuais. No caso do cachorro convulsionando, Robson Melo disse que o animal foi atendido depois, mas faleceu.

Em relação ao outro animal, que morreu sem atendimento, o secretário afirmou que ele não foi atendido porque, no primeiro momento, teria sido levado por uma criança. Só à tarde o pai do menino retornou à unidade já com o cachorro sem vida. Ele também afirmou que o atendimento de emergência não para no horário do almoço. O portão fica fechado, mas as pessoas podem chamar um funcionário que analisa a situação e, confirmada a emergência, autoriza a entrada.