Milícia

PMs são presos suspeitos de cobrar por segurança em cidades do Agreste

TV Jornal
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Publicado em 16/08/2017 às 11:30

-Reprodução/TV Jornal

Cinco policiais militares e quatro seguranças privados foram apresentados, na manhã desta quinta-feira (16), pela Polícia Civil como sendo os integrantes de uma milícia que atuava em cidades do Agreste de Pernambuco. Eles foram alvos da Operação Hostes.

De acordo com a polícia, o grupo costumava cobrar para manter a segurança e também oferecia serviços ilegais, como cobrança de dívidas, mediante pagamento. O delegado Bruno Vital, titular da 3ª Delegacia de Homicídios do Agreste, informou que a quadrilha era comandada pelo sargento da PM Olayr Soares dos Santos, que se apresentou à polícia hoje pela manhã.

Além dele, também foram presos o soldado Rivaldo Vieira da Silva, o sargento Waitã Teixeira dos Santos, o cabo Adalberto Alves e o sargento reformado Ronildo Gonçalves da Silva. "Eles selecionavam um local na comunidade para ser o ponto de arrecadação do dinheiro, que era pago por comerciantes. Eles prendiam pessoas ilegalmente, recebiam dinheiro para cobrar dívidas e até faziam a segurança de políticos, como aconteceu nas eleições do ano passado (2016)", acrescentou o delegado.

Com o grupo, foram apreendidos armas, facas, coletes à prova de balas, balas clavas e munições. Eles também são suspeitos de praticar, pelo menos, cinco homicídios e atentados contra cinco oficiais da PM, como represálias às transferências feitas pelos superiores. De acordo com a polícia, eles chegaram a atirar várias vezes na frente da casa dos oficiais.

Investigação

A operação foi acompanhada pelo Ministério Público, que vai montar um grupo especial para analisar a denúncia. "Vários promotores vão ser selecionados para acompanhar o caso. Se necessário, vamos oferecer delações premiadas para tentar identificar possíveis suspeitos que estejam soltos", relata o procurador de justiça Ricardo Lapenda.

Os integrantes do grupo foram presos por um mandado de prisão temporária. Os civis presos foram identificados como Otávio Manoel de Brito Neto, Gilmário Queiroz de Almeida, Francinaldo Roberto da Silva Brito e João Paulo Julião de Macedo. Os integrantes vão responder pelos crimes de homicídios, concussão, porte e comércio ilegal de armas e munições.