A infância pobre e o preconceito não impediram Graça Araújo de tornar-se uma referência no jornalismo pernambucano. A apresentadora do TV Jornal Meio-Dia e porta-voz do Rádio Livre, programa transmitido pela Rádio Jornal, faleceu no ultimo sábado (8), em decorrência de um AVC, deixando um legado de profissionalismo e caráter, traduzido em prêmios e através do prestígio conquistado perante toda população pernambucana.
Maria Gracilene da Silva Araújo, natural de Itambé, Zona da Mata Norte, brincava de bola de gude e empinava pipa até atingir a adolescência. A partir daí, a menina traquina começou a sonhar e alimentar a esperança de ser médica, até conhecer um jornalista e se apaixonar pela profissão. Com o diploma de jornalismo em mãos, Graça iniciou sua trajetória fazendo o que sempre sonhou, cuidar das feridas e defender o interesse da população, sempre com postura e transparência, marcas do seu trabalho.
Em seu apartamento, um mural fotográfico com momentos marcantes da carreira, imagens ao lado de colegas de profissão e registros de viagens com amigos, mostram o quão querida e respeitada ela era. Troféus, prêmios e títulos estão em um espaço reservado para manter viva a história e a carreira brilhante de Graça Araújo.
Atleta aplicada e irmã zelosa
Outra paixão da apresentadora era o cuidado com a saúde e os exercícios físicos, sobretudo a corrida. No esporte, Graça teve momentos inesquecíveis, somando 92 medalhas em provas oficiais, nacionais e internacionais.
O sorriso que transbordava, o alto astral e o cuidado com a família é reiterado pela irmã Conceição Soares. "Graça era família, esteio, alegria. Era o corrigir, o afagar e o carinhar. Isso era Graça", disse a irmã da apresentadora.