Luto

Artista plástico Francisco Brennand morre aos 92 anos

Ele estava internado no Hospital Português do Recife

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FOTO: JC Imagem

Morreu nesta quinta-feira (19) o artista plástico Francisco Brennand. O pernambucano de 92 anos faleceu às 11h devido à complicações de uma infecção respiratória. O velório de Brennand começa ainda no fim da tarde desta quinta-feira, na Capela Imaculada Conceição, dentro da Oficina Brennand, localizada no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. Recentemente, sua Oficina foi transformada em instituto para preservar o seu patrimônio.

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Vida e obra

Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu em 11 de junho de 1927, no Recife. Contemporâneo do homem que obrigou o século 20 a articular o termo cubismo, Francisco Brennand aprendeu a modelar a argila com o artista Abelardo da Hora, então funcionário da fábrica cerâmica de seu pai. Incentivado por Cícero Dias, ao viajar para a Europa em 1949 para estudar com nomes como André Lhote e Fernand Léger, conheceu as obras de Miró e Picasso. O susto-revelação: o pintor da Guernica era também ceramista. “Ali, vi que a cerâmica poderia ter a mesma grandeza da pintura a óleo, meu interesse até então. Ou até mais”, diz ele, dono de obras como a Coluna de Cristal e outras peças mimetizadas no corpo físico do Recife.

Conhecido como o Mestre dos Sonhos, em novembro de 1971, o artista começou a reconstruir a Velha Cerâmica São João da Várzea, fundada pelo seu pai em 1917. Esse conjunto, encontrado em ruínas, deu início a um colossal projeto de esculturas cerâmicas que deveriam povoar os espaços internos e externos do ambiente.

Além do bairro da Várzea, as obras de Brennand podem ser vistas em vários pontos do Recife: desde o Parque das Esculturas, próximo do Marco Zero, na área externa do Shopping Recife e também no Aeroporto dos Guararapes.

Reveja a entrevista com Francisco Brennand

Repercussão

A cultura de Pernambuco tem muitas marcas, sendo uma das mais ricas do País. E, sem dúvida, uma das grandes referências está justamente na produção artística de Francisco Brennand. É uma grande perda para todos. Sua obra marcou época e contribuiu com a projeção do Estado no mundo. Deixa para todos nós um dos maiores valores: sua produção artística que tanto nos orgulha”, lamentou o presidente do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, João Carlos Paes Mendonça.