Caso Miguel

Caso Miguel: Governador diz que investigação e esclarecimento devem acontecer em breve

Miguel caiu do 9º andar do prédio onde sua mãe trabalhava como empregada doméstica, no Centro do Recife

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 05/06/2020 às 9:15
Reprodução/ Redes Sociais
FOTO: Reprodução/ Redes Sociais

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), manifestou-se sobre a morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, na noite dessa quinta-feira (4), em rede social.

Miguel caiu do 9º andar do prédio onde sua mãe trabalhava como empregada doméstica, no Centro do Recife, na terça-feira (2).

>> Faltou paciência para tirar meu filho do elevador, diz mãe de criança que morreu ao cair de prédio no Recife

Na mensagem divulgada nas redes sociais, Câmara afirmou que a investigação e esclarecimento do caso “devem acontecer no prazo mais breve possível”. De acordo com Paulo Câmara, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado já entrou em contato com a família da criança e vai acompanhar o caso.

 

Investigação

Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de um dos apartamentos do edifício. Ela trabalhava para Sari Corte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). A patroa deixou Miguel sozinho dentro do elevador do prédio e foi presa em flagrante, sendo liberada, após pagamento de fiança.

Miguel caiu de uma altura de 35 metros, após sair do elevador. A mãe o tinha deixado sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel ainda foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos provocados pela queda.

Responsabilidade legal

Segundo o delegado Ramón Teixeira, a responsabilidade legal pela criança naquele momento era da proprietária do apartamento, no entanto, isso não é suficiente para classificar como um homicídio com dolo eventual.

Ele diz ainda que o envolvimento da moradora só começou a ser investigado, porque parentes afirmaram que a mãe da criança tinha deixado o filho aos cuidados da patroa e de uma manicure, antes de descer para passear com o cachorro.

O corpo de Miguel foi enterrado nessa quarta-feira (3), em Bonança, distrito do município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife.

Os moradores do Edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de São José, Centro do Recife, onde ocorreu a morte do menino, lamentaram a tragédia. Em nota de pesar enviada à imprensa nesta quinta-feira (4), o grupo afirmou que, desde o ocorrido, se colocou à inteira disposição das autoridades, “sempre prestando todas as informações solicitadas para a elucidação do caso”, e se solidariza com a família da criança.

O caso

Na videocoletiva para a imprensa, a Polícia Civil explicou que o garoto seguiu sozinho até o 7º andar. A porta abriu, mas ele não desceu. No 9º andar, decidiu sair. Tudo comprovado por imagens do circuito de TV do condomínio. “A perícia detalha que a criança sai do elevador de serviço e caminha pelo corredor até uma janela. Consegue passar pela janela, escalando uma altura de 1,2 metro, e cai na área onde ficam os exaustores dos equipamentos de ar-condicionado dos apartamentos daquele andar. Acredita-se que, lá de cima, ele possa ter visto a mãe passeando com o cachorro na rua. Então sobe no parapeito de alumínio, que não suporta o peso e quebra, fazendo com o garoto seja lançado a uma altura de 35 metros”, detalhou o delegado.