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Tia de Miguel questiona possível desigualdade após Sarí prestar depoimento mais cedo

Sarí Corte Real chegou à delegacia antes das 06h da manhã para ser ouvida sobre o ‘Caso Miguel’

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 30/06/2020 às 16:39
Yaci Ribeiro/JC Imagem
FOTO: Yaci Ribeiro/JC Imagem

O depoimento de Sarí Corte Real, que responde em liberdade por homicídio culposo da morte de Miguel Otávio Santana da Silva, foi cercado por polêmica por causa da atitude do delegado Ramon Teixeira em abrir a delegacia de Santo Amaro, na área central do Recife, antes do início do expediente - que começa às 08h - para ouvir a versão de Sarí sobre a morte do menino de cinco anos. O prazo para conclusão do inquérito se encerra no dia 01 de julho.

>>Polêmica, tumulto e espera da mãe de Miguel: tudo o que aconteceu durante depoimento de Sarí no Recife

‘’Se a delegacia começa às 08h, por que ela chegou às 6h da manhã e já tinha gente esperando ela aqui para entrar na delegacia? É uma das coisas que a gente está chateado. Até neste momento (de investigação) está havendo desigualdade com a gente’’, questionou Fabiana Souza, irmã de Mirtes.

Nota da Polícia Civil na íntegra

A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da 1ª Delegacia Seccional de Polícia – Santo Amaro, informa que os advogados da acusada pelo homicídio culposo do garoto Miguel, de 05 anos, apresentaram requerimento ao Delegado que preside o Inquérito Policial solicitando a realização do depoimento em horário mais cedo que o de início do expediente da unidade policial.

Considerando os argumentos relativos à possibilidade de aglomeração de pessoas e o risco de agressão à depoente por parte de populares, o Delegado deferiu o requerimento. Saliente-se que esse deferimento não enseja nenhum prejuízo aos trabalhos de investigação levados a efeito pela Polícia Civil.

OAB fala sobre atitude de delegado

Em entrevista ao programa O Povo na TV, O Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Dr. Cláudio Ferreira, avaliou que o inquérito feito pelo delegado pode ter pedido a credibilidade da população. Clique aqui e veja a entrevista na íntegra.

’O inquérito estava transcorrendo normalmente, a OAB estava tendo acesso a todos os documentos, o delegado estava fazendo todas as diligências necessárias, e esse ato de agir de forma não usual eu acho que ele pode ter prejudicado a conclusão do inquérito. Pode ter perdido legitimidade para a população. Esse inquérito, pela comoção que teve, tinha que ser feito a luz do dia com os critérios mais republicanos possíveis para que não restasse qualquer dúvida de que ele foi feito no sentido de buscar justiça’’, afirmou.