Investigação

Operação: PF cumpre mandado na Assembleia Legislativa de Pernambuco

Empresas controladas por uma organização criminosa estariam sendo beneficiadas com contratações milionárias efetuadas pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

Giovanna Torreão
Giovanna Torreão
Publicado em 30/07/2020 às 8:14
Monica Ermírio/TV Jornal
FOTO: Monica Ermírio/TV Jornal

A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, na manhã desta quinta-feira (30), a Operação Coffee Break, um desdobramento da Operação Casa de Papel, deflagrada no mês passado. De acordo com os dados coletados na investigação, as empresas controladas pela organização criminosa apurada na Operação Casa de Papel estariam sendo beneficiadas há tempos com contratações milionárias efetuadas pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), de quase R$ 40 milhões. Estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão expedidos pela 13ª Vara Federal do Recife.

Ainda segundo a PF, esta nova fase da investigação apura a solicitação de vantagem indevida feita por um servidor comissionado da Assembleia Legislativa de Pernambuco, que atuava na comissão de pregoeiros e no setor responsável pelos pagamentos, em razão de estar favorecendo internamente essas empresas. O pedido de propina foi travestido de um convite para tomar um café, daí o nome da operação desta quinta.

O servidor comissionado e o líder da organização criminosa estão sendo indiciados pela prática dos crimes de corrupção, advocacia administrativa e dispensa indevida de licitação, conforme a PF. Foi determinado pelo Juiz Federal, ainda, o afastamento temporário do referido servidor comissionado de suas funções de pregoeiro bem assim de qualquer atribuição que envolvesse licitações e a execução de contratos.

Mandados

Ao todo, quatro mandados estão sendo cumpridos na Alepe. De acordo com a PF, nenhum gabinete de deputado está sendo alvo de buscas, o setor que a polícia está arrecadando documentos é Superintendência Geral da Alepe, Superintendência de Planejamento e Gestão (Suplag) e comissão de licitação e sala dos pregoeiro. Os demais mandados estão sendo cumpridos em residências de alguns envolvidos em Gravatá e Ipojuca, além do Recife, nos bairros do Poço de Panela, Bongi e Graças.

Agentes públicos

Na ocasião, a Polícia Federal também descobriu que valores eram pagos em espécie ou transferidos para contas de empresas fantasmas ou de laranjas. E que esse dinheiro era usado para pagar agentes públicos.