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Liberar aulas presenciais na educação infantil e ensino fundamental em Pernambuco é ''desrespeito à vida'', diz Sinpro

''Um verdadeiro equívoco e desrespeito à vida e ao povo pernambucano'', afirmou o Sinpro Pernambuco sobre a retomada da aulas presenciais nas escolas particulares

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 30/10/2020 às 16:30 | Atualizado em 20/03/2023 às 7:38
Reprodução/Por Dentro
FOTO: Reprodução/Por Dentro

O Sindicato dos Professores (Sinpro-PE) se pronunciou, nesta sexta-feira (30), sobre o retorno das aulas presenciais para a educação infantil e ensino fundamental nas escolas particulares, que tiveram as datas reveladas pelo Governo de Pernambuco.

De acordo com o Sinpro, a decisão é "um verdadeiro equívoco e desrespeito à vida e ao povo pernambucano".

Além disso, a nota critica o protesto realizado por representantes de colégios da rede privada de ensino e pais de alunos em frente ao Palácio do Campo das Princesas.

Casos de covid-19 em escolas particulares

No dia 22 de outubro, o Colégio Damas suspendeu as aulas presenciais para as turmas do 3º ano do ensino médio por 14 dias após um estudante também ser infectado pela covid-19.

Um dos alunos contaminado teria participado recentemente de uma festa com outros colegas da escola.

O outro caso de covid-19 em escola particular foi no Colégio Grande Passo, localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, cancelou as aulas presenciais para uma das turmas do 2º ano.

Em contato com a produção da TV Jornal, a diretora do colégio, Solange Mota, reforçou que o aluno apresentou os sintomas no mesmo dia do retorno das aulas presenciais e, por causa disso, ela acredita que o estudante não foi infectado na escola.

Nota do Sinpro na íntegra

Na última quinta-feira (29), a diretoria do Sinpro Pernambuco recebeu com muita surpresa duas notícias que, de acordo com o bom senso e a razoabilidade, não deixam de ser lamentáveis.

A primeira diz respeito a mais uma manifestação de rua, promovida pelas escolas particulares, a fim de pressionarem o governo de Pernambuco, para assim restabelecer suas atividades pedagógicas de forma presencial, em plena pandemia.

Não bastando esse absurdo, o sindicato, no mesmo dia, também tomou conhecimento de que, na intenção de atender os interesses dos empresários, o governador Paulo Câmara autorizou o retorno das aulas presenciais nas instituições de ensino privado.

Um verdadeiro equívoco e desrespeito à vida e ao povo pernambucano.

Ora, se com o retorno das aulas presenciais para o ensino médio, já percebemos evidências de contágios da Covid-19, mesmo diante de tamanhos protocolos e cuidados, imaginem agora, como ficará no mês de novembro, que as escolas voltarão com todo seu público?

Um risco que foi ignorado, em virtude da pressão econômica.

Nesse episódio, infelizmente o governador se portou do lado dos empresários, em detrimento da comunidade escolar, que passará, nos próximos dias, por sérios riscos. O curioso é que, todos os setores envolvidos nesse retorno, calaram-se frente os episódios de contágio ocorridos nas escolas.

Os empresários fingiram que não aconteceu, Paulo Câmara, idem. E seguindo a tática do silêncio e da indiferença, permanecerão esses sujeitos, até que ocorra uma fatalidade por conta desse retorno.

Contudo, o Sinpro Pernambuco, reafirmando sua posição de defesa da vida e da integridade da comunidade escolar, após reunião de sua diretoria e diálogo com demais setores, tomará as devidas providências, a fim de garantir o direito e a integridade dos professores e professoras em todo estado de Pernambuco.

Dizemos NÃO a essa sentença de morte decretada ao povo pernambucano pelos empresários, e chancelada pelo governador Paulo Câmara.

SINPRO PERNAMBUCO