Protesto

Vídeo: Padre usa marreta para tirar pedras colocadas contra moradores de rua, debaixo de viaduto

O padre Júlio Lancellotti viralizou nas redes sociais, após protesto contra ação do governo municipal, que instalou pedras embaixo de viaduto contra moradores de rua

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 03/02/2021 às 9:12 | Atualizado em 28/02/2023 às 8:44
Reprodução/Instagram
FOTO: Reprodução/Instagram

O padre Júlio Lancellotti, da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo, viralizou nas redes sociais, após um ato de protesto.

O motivo foi que ele usou uma marreta para quebrar as pedras instaladas pela prefeitura de São Paulo, debaixo de um viaduto, no bairro do Belém, na zona leste da capital.

Os baixos dos viadutos Antônio de Paiva Monteiro e Dom Luciano Mendes são usados por moradores de rua para passar a noite.


"Derrubando as pedras embaixo do viaduto a marretadas", escreveu o padre, em sua página, em uma rede social.

O pároco é conhecido por seu trabalho junto aos sem-teto e teve o nome sugerido para se tornar a primeira pessoa em São Paulo a ser vacinada contra a covid-19.

A medida foi tomada pela prefeitura no momento em que a própria administração municipal detectou aumento de 60% no número de moradores de rua na capital, em quatro anos, chegando a mais de 24,3 mil pessoas.

Nota da Prefeitura de São Paulo

Funcionários da prefeitura afirmaram que o servidor responsável por autorizar a obra será demitido.

Em nota, a administração municipal informou que a medida foi uma decisão "isolada" e que não faz parte da política de zeladoria da cidade, e confirmou a demissão de um funcionário, após instauração de uma sindicância para apurar o caso.

Diz ainda que determinou imediatamente a remoção das pedras.

"A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras, informa que a implantação de pedras sob viadutos foi uma decisão isolada, não faz parte da política de zeladoria da gestão municipal, tanto é que foi imediatamente determinada a remoção", diz a nota.

"A SMSUB instaurou uma sindicância para apurar os fatos, inclusive o valor, e um funcionário já foi exonerado do cargo", conclui.

A prefeitura também listou uma série de iniciativas para sustentar que trabalha para acolher moradores de rua.