ACIDENTE

Fachada de prédio cai e atinge duas pessoas no centro do Recife

Segundo populares, não é a primeira vez que partes do prédio se soltam

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 19/04/2021 às 16:41
Berg Alves/ TV Jornal
FOTO: Berg Alves/ TV Jornal

Parte da marquise de um prédio localizado na na Avenida Dantas Barreto, na área central do Recife, caiu e atingiu duas pessoas, nesta segunda-feira (19). O acidente aconteceu por volta das 11h40 e a estrutura se desprendeu do Edifício Inalmar.

Um dos feridos foi um comerciante, um vendedor de coco de 28 anos. Ele recebeu atendimento do Samu no próprio local e não precisou ser transferido para unidade saúde.

A outra pessoa atingida pela estrutura foi um cliente do quiosque de coco. O jovem de 27 anos foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Os dois passam bem.

Episódios são constantes

A comerciante Juliana Maria, que trabalha no local, não é a primeira vez que partes da estrutura do prédio se desprendem do edifício. "Já caiu umas duas vezes desde o tempo que eu trabalho aqui. A gente tem medo, principalmente quando está chovendo, porque venta muito aqui", disse.

Em novembro, segundo os populares, pedaços da marquise já tinham se desprendido. O episódio foi comunicado à Defesa Civil do Recife, mas nada foi feito.

O taxista Moisés Paulo da Silva sofreu um acidente semelhante em 2015 após parque da fachada do mesmo prédio cair. "Em 2015 eu trabalhando aqui, caiu uma pedra na minha cabeça, levei seis pontos e, por pouco, não foi fatal porque a pedra não era tão grande", contou. "É rotineira esse problema e a prefeitura tem que tomar uma providência", completou.

Defesa Civil

Em nota, a Defesa Civil do Recife informou que fez uma vistoria no imóvel "entre as recomendações estão a colocação de tela e bandeja fixa de proteção e a recuperação de todos os elementos que apresentem fissuras, trincas e oxidações, bem como das esquadrias e revestimentos argamassados, além de realizar vistoria com profissional qualificado no interior da edificação".

Confira a nota completa:

Defesa Civil do Recife informa que realizou vistoria, nesta segunda (19), no imóvel número 564 da Avenida Dantas Barreto, no bairro de Santo Antônio, após ser acionada devido à queda de alguns elementos da fachada do prédio. A equipe manteve o isolamento do local, que já havia sido feito pela CTTU, e vai notificar os responsáveis para que tomem as medidas necessárias para evitar novas ocorrências como essa.

Entre as recomendações estão a colocação de tela e bandeja fixa de proteção e a recuperação de todos os elementos que apresentem fissuras, trincas e oxidações, bem como das esquadrias e revestimentos argamassados, além de realizar vistoria com profissional qualificado no interior da edificação.

Vale destacar que o imóvel em questão já havia sido multado, em 2020, pela Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon), por não realizar as intervenções necessárias. Conforme a lei 13.032 de 14 de junho de 2006, é de responsabilidade do proprietário do imóvel realizar, a cada 3 anos, vistoria das condições físicas do conjunto estrutural do prédio e atestar a segurança da edificação.

A Defesa Civil do Recife pode ser acionada pelo telefone 0800.081.3400. A ligação é gratuita e o atendimento 24h.

Em fevereiro, idosa morreu após ser atingida por fachada no Recife

No dia 8 de fevereiro, uma idosa morreu após ser atingida na cabeça por partes da fachada do edifício São Cristóvão, na Rua da Aurora, no bairro da Boa Vista, na área central do Recife. Segundo a perícia do Instituto de Criminalística, Célia Cesária de Barros, de 60 anos, estava passando pelo local quando foi atingida na cabeça e morreu na hora.

Dois meses após o caso, a coluna Ronda JC revelou que a Polícia Civil ainda não havia esclarecido a morte da cuidadora de idosos. De acordo com a Polícia Civil, o caso segue em diligências sob o comando do delegado Evelton Xavier. Não está definido ainda se alguém será responsabilizado penalmente pela queda da estrutura no edifício.

Por lei, um inquérito policial tem 30 dias para ser concluído. Mas o tempo pode ser prorrogado a depender da necessidade, desde que justificada. Já o laudo do IML deveria ter sido entregue em dez dias.

No dia em que a idosa morreu, a polícia chegou a informar que iria intimar o proprietário do prédio para que uma perícia no local fosse feita com o objetivo de esclarecer de onde caiu a estrutura e se haveria risco de novos acidentes.