Após a prisão, na noite dessa quinta-feira (25), de dois homens acusados de auxiliar Lázaro Barbosa, em fuga há 17 dias por cidades de Goiás, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás afirmou que o fugitivo está "acuado" e é "questão de horas" para que o criminoso seja preso.
Cerco
As buscas estão concentradas em municípios como Águas Lindas e Girassol, esta última, onde a dupla foi presa, em uma fazenda. A prisão foi feita após uma denúncia.
O fazendeiro, de 74 anos, e o funcionário, de 33, foram detidos com duas espingardas. Uma delas teria sido usada em um dos crimes de Lázaro.
Os suspeitos negam as acusações, mas a Secretaria de Segurança não tem dúvidas da participação da dupla no auxílio a Lázaro Barbosa, e de que o fazendeiro teria passado informações falsas à polícia para tentar despistar os agentes.
A polícia crê que, sem os informantes, o fugitivo enfrentará dificuldades para continuar a fuga, já que não terá informações privilegiadas sobre a movimentação das equipes.
Lázaro é visto
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou que o criminoso foi visto "de muito longe", nessa quinta (24), por moradores da região onde acontece o cerco policial.
O depoimento de uma das pessoas presas confirmou que ele, de fato, estava na região em que foi avistado.
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Esconderijo
Nessa área onde foi visto ficaria o esconderijo de Lázaro Barbosa, onde ele passou as últimas noites, desde o início da semana. A informação foi confirmada pelos dois cúmplices presos, segundo o secretário.
Ele conta que o local é uma casa, com aparato de ruínas em volta, onde os outros ajudavam e davam guarita a ele, depois de Lázaro conseguir furar cercos da polícia.
"Ele andava sempre pelos canais, dificultando nosso trabalho", explica.
Rede de psicopatas
O secretário falou sobre as buscas, que entram no 17º dia, nesta sexta (25).
"Ainda é um tempo razoável para se resolver uma crise tão complexa, em cima de um sujeito tão perigoso, um psicopata, como coloquei, principalmente agora tendo uma rede de psicopatas junto com ele", afirmou.
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Defensoria
Sem defensor representado, a Defensoria Pública chegou a pedir que, caso Lázaro seja preso, que ele permaneça em cela separada dos outros detidos, de modo a garantir a integridade física do criminoso.
O pedido também incluía a blindagem em relação à imprensa, evitando a exploração midiática do caso, após a prisão. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça e considerado "inoportuno", pois depende do desfecho da operação.
A Defensoria recorreu e pediu nova proteção a Lázaro.
Medo
Os moradores de Girassol, Águas Lindas e municípios do entorno, em Goiás, estão temerosos com os desdobramentos das buscas ao suspeito Lázaro Barbosa, conhecido como "serial killer de Brasília".
Lázaro invadiu casas e fazendas, nas últimas duas semanas, após assassinar uma família em Ceilândia (DF).
Com o desencontro de informações, muitas delas falsas, e denúncias e pistas retidas pela força policial envolvida na operação, a população convive com o medo.
Ou, em último caso, deixa as residências. A descoberta de um carro abandonado e incendiado, fora do campo de buscas da polícia, aumentou o temor.
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Apoio
Além disso, o Exército forneceu 40 rádios comunicadores para que as equipes possam utilizar durante as incursões na área. A polícia tem recebido doações e apoios materiais e morais de vários setores da sociedade, como entes públicos e privados, desde o início da operação.
"Os policiais nunca estiveram desamparados", explica a nota.
A força-tarefa também tem contado com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), que segue em apoio, nas ações das forças de segurança pública.
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Disque denúncia
O Governo de Goiás ressalta ainda que, em 24 horas de funcionamento, o disque denúncia aberto para captar informações sobre o paradeiro de Lázaro Barbosa, recebeu mais de 1.000 denúncias.
No entanto, boa parte destas ligações são provenientes de trotes ou informações que não contribuem para a operação.
Ainda assim, a Secretaria solicita quaisquer informações que possam contribuir para a captura do suspeito e, para isso, foi disponibilizado o número 061 99839-5284.
Fake news
A Secretaria de Segurança de Goiás também aponta dificuldades de apuração do caso, pelo excesso de fake news. Os agentes têm recebido falsas informações sobre o suspeito, o que, segundo Miranda, tira tempo das investigações.
"É um problema sim. Não só essa fake news [de que Lázaro estaria em um cemitério], como outra de que ele já havia sido baleado, que já estava morto. Tudo isso atrapalha, porque não só a nossa Inteligência, como as unidades de operação, tem que checar. Às vezes a gente deixa de atender mais rapidamente uma informação procedente, para atender uma que não tem relevância", disse, na última 5ª feira.
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Os crimes
Lázaro é acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia no último dia 9 de junho. Os mortos eram Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidas, de 21 anos, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15 anos.
O foragido também é apontado como responsável pelo sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade. O corpo dela foi encontrado no dia 12 à beira de um córrego, próximo da casa onde a família morava. Na terça-feira (15), ele fez uma família refém em uma chácara e atirou em um policial, que foi atingido de raspão.
Lázaro também é investigado pela morte de um caseiro em Girassol, no dia 5 de junho, quatro dias antes do assassinato da família.
Quem é Lázaro Barbosa?
O homem mais procurado do Distrito Federal, atualmente, é o baiano Lázaro Barbosa Sousa, de 32 anos, nasceu no município de Barra do Mendes, na Bahia, a 500 km de Salvador.
O suspeito é casado e tem dois filhos. Criado na mata, no passado, ele já ficou foragido da polícia da Bahia por 15 dias.
Em Barra do Mendes, ele cometeu ao menos dois assassinatos, depois mudou de estado para dar sequência a sua empreitada criminosa.
Lázaro Barbosa é serial killer?
Oficialmente, a polícia do Distrito Federal não trata Lázaro Barbosa de Sousa como um "serial killer".
Ele é suspeito de assassinar quatro pessoas de uma mesma família, na semana passada, e está fugindo dos policiais, desde então. Na fuga, ele já trocou tiros e fez reféns.
O termo "serial killer" para tratar este caso foi adotado por usuários das redes sociais, tecnicamente, de forma errada.
Confira a cobertura sobre o caso