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Grávida de 38 semanas é enterrada, e veja histórico de transferências dos hospitais após família denunciar negligência médica

A mulher, de 24 anos, identificada como Vanessa Karine, morreu após perder bebê e passar por três hospitais, de acordo com os familiares

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 11/08/2021 às 18:50 | Atualizado em 15/02/2022 às 11:46
Reprodução/TV Jornal e Alex Oliveira/JC Imagem
FOTO: Reprodução/TV Jornal e Alex Oliveira/JC Imagem

O corpo de Vanessa Karine, de 24 anos, foi enterrado nesta quarta-feira (11) sob forte comoções de parentes, amigos e vizinhos.

A mãe da vítima estava extremamente abalada e só conseguiu ficar de pé e precisou ser amparada. A jovem morreu quando estava grávida de 38 semanas e era a primeira gestação dela.

Os familiares cobram que a polícia investigue se houve algum erro durante as transferências entre os três hospital no qual a mulher foi atendida.

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Na casa da família o quarto da criança já estava todo pronto. A gravidez foi planejada, e a morte aumentou ainda mais a dor da família.

O cortejo com os caixões de mãe e filha seguiu pelas ruas de Machados, onde a família vive, até o cemitério. A despedida foi acompanhada por dezenas de pessoas.

Histórico (de acordo com a família)

Ela foi transferida para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP, no Recife, na noite da segunda-feira (09), mas teve uma parada cardíaca e morreu por volta das 10h30 da terça-feira (10).

Antes disso, a criança foi retirada por volta das 8h, no Hospital Ermírio Coutinho, em Nazaré da Mata. Ainda quando estava no município de Machados, a mulher passou mal e foi socorrida para o Hospital Edson Álvares.

Domingo - levada para o Hospital Edison Álvares, em Machados, durante a tarde. Disseram que a pressão tava alta, deram medicamento e ficou em observação.

Segunda - de manhã por volta das 08h, chegou no hospital de Nazaré da Mata e lá foi constatado que o bebê estava morto e tentaram salvar a mãe. À noite, chegou no IMIP. Ela faleceu na terça-feira, às 10h30.

Sogra da grávida lamenta morte

Durante entrevista à TV Jornal, Edileuza Mendes, sogra da jovem Vanessa Karine de Araújo lamentou o ocorrido. Ela seria avó da criança.

Antes de morrer, Vanessa passou por três hospitais de Pernambuco, conforme informado no trecho acima da matéria.

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"Na segunda-feira de manhã, ela foi transferida para o segundo hospital. Aí foi quando o meu filho ligou para mim. Eu subi correndo para Machados, quando cheguei lá e vi a situação que ela estava. Sem um pingo de sangue, sem reação nenhuma. Totalmente morta", lamentou dona Edileuza, aos prantos.

Respostas das instituições

A produção da TV Jornal entrou em contato com os hospitais e a Polícia Civil para obter uma reposta sobre a morte de Vanessa Karine.

Confira a nota da de Polícia Civil na íntegra:

"A Polícia Civil de Pernambuco informa que registrou, no dia 10 de agosto, na Delegacia de Polícia da Várzea, ocorrência de Morte a Esclarecer, na Cidade Universitária, município de Recife, Pernambuco. Segundo relato da noticiante, uma mulher de 44 anos, no dia 09 de agosto, sua nora de 24 anos teve um bebê num hospital no município de Nazaré da Mata que nasceu morto".

Confira a nota do Cremepe na íntegra:

"O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) informa que notícias de fato que envolvam possível infração ao Código de Ética Médica, são encaminhadas para a corregedoria desse Conselho para avaliar abertura de sindicância “ex-offício” para apuração dos fatos. A partir de então, o expediente corre em sigilo processual, para não comprometer a investigação, e segue o que estabelece o Código de Processo Ético Profissional (CPEP) – Resolução CFM Nº 2.145/2016".

Confira a nota do Hospital Ermírio Coutinho na íntegra

"A direção do Hospital Ermírio Coutinho informa que, às 8h da última segunda-feira (9/8), a paciente citada pela reportagem deu entrada na unidade em estado gravíssimo, encaminhada de serviço municipal. A mulher, que estava com idade gestacional de 38 semanas, passou por cesárea de emergência que constatou o óbito fetal, intra-uterino. A paciente foi submetida a histerectomia subtotal, recebeu transfusão de sangue e, após estabilização, foi transferida, no mesmo dia, ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). É importante destacar que a gestante recebeu toda a assistência necessária da equipe multiprofissional do Hospital Ermírio Coutinho, passando por todos os procedimentos necessários diante do seu quadro clínico".

"Por fim, a direção da unidade, referência em obstetrícia para a região, reforça o compromisso e o empenho na assistência materno-infantil e solidariza-se com os familiares da paciente neste momento de dor".