Pandemia

Vai ter dose de reforço da vacina da Janssen contra a covid-19? Quando? Quem terá direito? Qual vacina será usada?

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre a aplicação de uma dose de reforço da vacina contra a covid-19

Karina Albuquerque
Karina Albuquerque
Publicado em 26/08/2021 às 13:48 | Atualizado em 06/04/2022 às 21:37
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FOTO: Reprodução/TV Jornal

Após o anúncio do Governo Federal de que haverá terceira dose da vacina contra a covid-19, muitas dúvidas começaram a circular pelo país, até porque, há quatro vacinas no Plano Nacional de Imunização (PNI), Coronavac, AstraZeneca/Oxford, Pfizer e Janssen, e cada uma tem suas próprias regras.

>> Vai ter terceira dose da vacina contra a covid-19? E reforço? Quando? Quem tem direito? Será usada Pfizer, Coronavac, Astrazeneca ou Janssen?

#URGENTE A partir da segunda quinzena de setembro, vamos começar a distribuir vacinas #Covid19 para doses de reforço e reduzir o intervalo entre as doses da Pfizer e da AstraZeneca

Segue o e entenda:

— Ministério da Saúde (@minsaude) August 25, 2021

 

 

Vai ter dose extra da vacina da Janssen?

A dose de reforço vale também para aqueles que tomaram a dose única da Janssen. A maior parte dos idosos do país tomaram a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, e que é aplicada em duas doses.

Será uma dose de reforço, que é uma dose extra utilizando uma vacina com características diferentes da já tomada, ou seja, uma vacina diferente da vacina da Janssen.

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E quem vai ter direito?

Primeiro, terão direito à dose de reforço os idosos a partir de 70 anos e imunossuprimidos, pessoas com dificuldades no sistema imunológico, por exemplo, pessoas com HIV e transplantados.

Quando?

A previsão do Ministério da Saúde é que a dose de reforço comece em setembro, a partir do dia 15. Já a terceira dose deve começar quando acabar a vacinação de toda a população, até o fim do ano.

Qual será a vacina usada?

A imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer, ou de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca.

 

Previsões da terceira dose

O ministro Marcelo Queiroga disse, no dia 18 de agosto, que a aplicação da terceira dose de vacinas contra a covid-19 deverá começar por idosos e profissionais de saúde. Ao explicar a metodologia de distribuição de imunizantes, Queiroga disse que cabe ao ministério equilibrar a distribuição de vacinas entre os estados e o Distrito Federal.

Dose de reforço confirmada

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou em entrevista coletiva nessa quarta-feira (25) a aplicação de uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 para idosos acima de 70 anos. Outra medida aprovada pelo ministério e pelas secretarias estaduais e municipais de saúde é a antecipação da segunda dose, em alguns casos.

A chamada “dose de reforço” será aplicada em quem tomou a segunda dose há cerca de seis meses. As pessoas começarão a receber a proteção adicional em setembro. Os integrantes da pasta não adiantaram a data. O intuito é fortalecer a imunidade dessas faixas etárias diante do crescimento da circulação da variante delta.

“Nos países onde a variante tem transmissão comunitária tem havido maior problemas nos idosos e naqueles que não foram ainda vacinados. Vacinando os idosos com esse reforço teremos proteção adicional”, disse na entrevista o ministro da Saúde.

As pessoas com dificuldades no sistema imunológico, denominadas “imunossuprimidas”, também serão convocados para a dose de reforço. Nesse caso, a diferença entre a última dose e a de reforço será de 28 dias. Estão neste grupo, por exemplo, pessoas com HIV e transplantados.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire, defendeu a medida. "Vamos trabalhar obedecendo a ciência e as orientações técnicas do PNI [Programa Nacional de Imunização]. Se neste momento está orientando vacinar acima de 70 anos com a dose de reforço é porque as evidências nos indicam que este público está mais vulnerável", opinou.

O imunizante utilizado será o Pfizer. “Vamos fazer com vacina da Pfizer porque ela foi testada em regimes de intercambialidade [uso de diferentes marcas em distintas doses], porque está aprovada na maioria das agências sanitárias do mundo e porque o ministério se programou para adquirir uma quantidade expressiva e tem chegado em tempo que nos dá segurança”, justificou Queiroga.

Segundo o secretário executivo da pasta, Rodrigo Cruz, até o fim de agosto a previsão é de disponibilização de 80 milhões de doses. Cruz acrescentou que até o meio de setembro o Ministério da Saúde quer atingir a imunização de toda a população adulta com a primeiro dose.

Doses de reforço na segunda quinzena de setembro

Nessa quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que iniciará, na segunda quinzena de setembro, a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 a “todos os indivíduos imunossuprimidos após 28 dias da segunda dose e para as pessoas acima de 70 anos vacinados há 6 meses”.

São Paulo

Idosos com mais de 60 anos de idade do estado de São Paulo vão tomar a terceira dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 6 de setembro. A informação foi dada hoje (25) pelo governador João Doria.

A medida vale para todos aqueles que já completaram a segunda dose há mais de seis meses. Já os que tomaram a segunda dose há menos de seis meses ainda deverão aguardar para tomar a terceira dose.

“É a partir do sexto mês que há a possibilidade de uma queda na imunidade. Então não teria sentido a dose adicional para as pessoas que ainda estão por completar seis meses da aplicação da segunda dose ou da dose única da Janssen”, explicou João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência.

A terceira dose de vacina para idosos têm sido cobrada por especialistas por causa da queda na proteção para idosos, o que vem provocando aumento no número de internações para essa faixa etária, mesmo entre os já vacinados, desde o mês passado. Ela também é necessária por causa da variante Delta, que surgiu inicialmente na Índia, e vem provocando aumento de casos de covid-19 em todo o mundo.

“Temos melhoras nos indicadores em São Paulo. Mas também temos uma preocupação importante, principalmente com a presença da variante Delta na nossa população. O que observamos em outros países é que, mesmo com vacinados, a variante Delta se instalou e se tornou dominante. Por isso, entendemos que esse é um passo a mais na segurança da população mais vulnerável”, disse Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.

Segundo João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência, a dose de reforço será feita com a vacina que estiver disponível no posto de saúde, independentemente de qual vacina foi tomada anteriormente pelo idoso. A dose de reforço vale inclusive para aqueles que tomaram a dose única da Janssen. A maior parte dos idosos do país tomaram a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, e que é aplicada em duas doses.

O governo paulista ainda não anunciou como será feito o escalonamento, ou seja, em que dias cada faixa etária acima de 60 anos poderá buscar um posto de saúde. O governo só definiu que vai ser feito em ordem decrescente, começando pelas pessoas acima de 90 anos.

Não será preciso fazer um novo credenciamento no site VacinaJá para fazer o credenciamento para a terceira dose.

Até este momento, 49 milhões de doses de vacinas já foram aplicadas em São Paulo. O estado tem 34,08% de sua população com esquema vacinal completo. O número de casos, de óbitos e de internações vem caindo e já é o menor índice do ano.